Durante todo o ano de 2012 muito se falou a respeito do fim do mundo no dia 21/12, devido às interpretações que são feitas do calendário maia. Porém, as previsões a respeito de um apocalipse são constante, e diversas figuras já se envolveram em prognósticos falhos.
Há pouco mais de um ano, o pastor Harold Camping virou piada na internet ao ver que sua previsão sobre o fim dos tempos havia dado errado. Camping chegou a anunciar em sua rede de rádios que o evento se daria através de catástrofes.
No começo deste ano, o autointitulado profeta Ronald Weinland afirmou que Jesus voltaria à Terra no dia 27/05 deste ano. Apesar do esforço em detalhar a data, a profecia não se cumpriu. Weinland já havia previsto anteriormente que o mundo acabaria em 2008, o que, apesar da crise econômica daquele ano, não se confirmou.
Uma das profecias mais peculiares a respeito do tema foi feita por José Luis de Jesús Miranda, líder da seita Cresciendo em Gracia. Conhecido como “Jesus Cristo Homem”, Miranda afirmou que o calendário maia estava errado a respeito da data em que o planeta Terra conheceria seu fim. Segundo seus cálculos, a data correta seria 30/06, quando ele seria transformado em imortal, e após um incêndio no Vaticano, seria levantado a líder mundial em meio ao caos.
O Vaticano não foi incendiado, e nenhuma evidência, além das declarações dos membros da seita, evidencia que “Jesus Cristo Homem” tenha se tornado imortal.
Em meio aos boatos confusos sobre o fim do mundo, uma empresa norte-americana resolveu lucrar com a situação e passou a oferecer abrigos à prova do apocalipse. Por valores que variam entre US$ 18 mil a US$ 78 mil, era possível comprar bunkers que permitiriam sobreviver às supostas catástrofes.
No Brasil, um líder de uma seita no interior de Piauí também resolveu arriscar suas chances nas previsões e afirmou que o mundo chegaria ao ponto final no dia 12/10. Com isso, Luis Pereira dos Santos induziu mais de 120 pessoas a se reunirem na sede da seita para aguardar o evento, mas como a profecia não se cumpriu, acabou preso sob acusação de estelionato.
Aproveitando que o Vaticano não foi incendiado como previa “Jesus Cristo Homem”, uma paróquia da cidade de Assis, na Itália, resolveu vender perdões para os pecados, como prevenção para o apocalipse, por US$ 16, o equivalente a R$ 35,00, aproximadamente. A iniciativa polêmica repercutiu em todo o mundo, e a Igreja Católica não se pronunciou sobre o caso.
Tudo isso acontece, segundo Luiz Carlos Fernandes – palestrante e estudioso do Apocalipse, porque as lideranças cristãs não instruem os fiéis a respeito do assunto, e essa postura abre brechas para o surgimento de falsas doutrinas: “Infelizmente não é raro as lideranças evangélicas afirmarem que esse [Apocalipse] é um livro velado, misterioso, impossível de ser entendido. Sinal evidente que as mesmas não são verdadeiros servos de Jesus Cristo, além de o chamarem de mentiroso, pois se Ele diz que é uma revelação como podem afirmar que é um mistério?”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+