O homem que tentou matar Jair Bolsonaro na campanha eleitoral para a presidência em 2018 voltou a falar sobre suas motivações e disse que ouviu de Deus a ordem para esfaquear o então deputado federal. Adélio também contou que, inicialmente, seu alvo era Michel Temer (MDB), presidente à época.
Adélio Bispo de Oliveira afirmou que o presidente da República é um “impostor”, em depoimento à Polícia Federal, e que tinha um “desejo pessoal” de matar o ex-presidente da República, Michel Temer.
Ele também falou sobre o ex-presidente Michel Temer (MDB) que, neste caso, era um “desejo pessoal” seu tirar a vida do ex-vice da ex-presidente Dilma Rousseff. A gravação foi obtida pela revista Veja e divulgada recentemente, mas a data do depoimento não foi revelada.
Sobre o atentado contra Bolsonaro, Adélio afirma que, no dia 06 de setembro de 2018, ele pensou em desistir quando viu o então candidato entrar um prédio público, mas manteve o plano. Em seguida, ele conta que cogitou de roubar uma arma de fogo de um policial militar no local para tentar matar o candidato com um tiro, mas levou em frente o plano da facada.
“Chamado de Deus”
As motivações para o crime, segundo Adélio, foram políticas e religiosas. Ele afirma ter ouvido um “chamado de Deus” para tirar a vida de Jair Bolsonaro, e que ficou surpreso com a missão: “Eu não tinha pensado. Quando Ele [Deus] disse, eu fiquei até surpreso”, declarou. Em seguida, explicando porque foi em frente com o atentado, ele classifica o presidente como um “impostor”.
Adélio diz que tem muitas dúvidas sobre as reais motivações de Bolsonaro para chegar ao Palácio do Planalto e que a imagem de ser um “homem de Deus” não o convence. O agressor se queixou até do fato de o mandatário, sendo católico, ter participado de uma cerimônia de batismo nas águas do rio Jordão.
“Bolsonaro é um impostor”, alegou Adélio, afirmando que muitos evangélicos se dispuseram a votar nele acreditando que ele fosse um irmão na fé evangélica.
Michel Temer
Eleito em 2010 e reeleito em 2014 como vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer era alvo do ódio de Adélio Bispo de Oliveira, que tinha desejo de matá-lo, mas como não seria da “vontade de Deus”, ele recuou.
Como um ex-filiado do PSOL, o militante de esquerda pode ter feito planos contra a vida de Temer por conta do impeachment da ex-presidente, concretizado em 2016 por conta dos crimes de responsabilidade fiscal.
No final do depoimento, o agressor diz que não tem mais vontade de tentar matar o presidente Jair Bolsonaro. Diagnosticado com transtorno delirante persistente, Adélio Bispo de Oliveira está internado desde setembro de 2018 por ser considerado inimputável pela Justiça.