Um pastor que renunciou ao cargo há aproximadamente três meses, após admitir um adultério, foi preso sob acusação de agressão sexual. Ao comunicar a prisão, a Polícia informou que investiga a hipótese de existirem mais vítimas.
O pastor canadense Bruxy Cavey, que era o pastor principal de uma das maiores megaigrejas do Canadá, foi preso na cidade de Hamilton, província de Ontário, por conta de acusações de agressões sexuais que ele teria cometido entre 1996 e 2021, enquanto liderava a The Meeting House Church.
A igreja sediada em Oakville possui várias congregações na região metropolitana de Toronto. Uma investigação da própria instituição, realizada em dezembro passado, chegou à conclusão que o pastor havia abusado de sua autoridade como líder.
“O investigador determinou que [o pastor] Bruxy manteve um relacionamento sexual com a vítima, uma mulher adulta, em violação da política da The Meeting House”, declarou Maggie John, presidente do conselho de supervisores da igreja em março último, quando ele renunciou.
“A polícia de Hamilton acredita que pode haver mais vítimas e incentiva qualquer pessoa com informações a se apresentar”, disse o Serviço de Polícia de Hamilton, acrescentando que os investigadores querem “que todos os sobreviventes de violência sexual saibam que acreditamos neles e respeitaremos sua escolha quando e como relatarem um incidente”.
Após a prisão de Cavey, a igreja realizou uma reunião comunitária para permitir que a congregação “adore e ore, faça um balanço de onde estamos como igreja e compartilhe onde sentimos que Deus está nos chamando nesta temporada”, informou o portal The Christian Post.
“Enquanto planejamos revisar um resumo das investigações em andamento e realizar uma breve sessão de perguntas e respostas, nosso tempo será focado em nos comprometer em oração com o difícil trabalho de entender e aprender com nossa história como igreja (a dor e a beleza), e traçar nossos próximos passos juntos”, acrescentou a igreja.
Além de pastor, Cavey é autor de livros populares no Canadá e ajudou a impulsionar a ascensão da Meeting House ao status de megaigreja, com mais de 5 mil membros nas 21 congregações.
O escândalo levou uma pastora da igreja, chamada Danielle Strickland, a renunciar a seu cargo em solidariedade à suposta vítima de Cavey. Nas redes sociais, ela leu uma carta da mulher que alega ser a vítima, mas teve sua identidade preservada:
“Isso começou durante um relacionamento de aconselhamento pastoral quando eu tinha 23 anos e ele 46. Eu estava em crise e confiei nele. E eu não consenti, nem pude, ter um relacionamento sexual com ele. Isso, para mim, não foi um relacionamento ou caso extraconjugal. Foi uma distorção devastadora do cuidado pastoral em abuso sexual”, acusou a mulher na carta lida por Danielle nas redes sociais.
A defesa do pastor conseguiu sua soltura condicional, e ele ficará sob observação até o próximo dia 27 de junho, quando deverá comparecer ao tribunal.