Uma família americana de missionários batistas quase foi deportada da Alemanha por seu compromisso de educar seus filhos em casa. Graças a negociações bem-sucedidas de última hora envolvendo defensores da educação em casa, a deportação foi adiada.
O Grupo Internacional de Direitos Humanos (GIDH) informa que seu advogado europeu, o Dr. Ronald Reichert, convenceu as autoridades alemãs a desistir de uma ordem de deportação que teria exigido que o Pr. Clint Robinson, sua esposa Susan e seus três filhos saíssem da Alemanha na quinta-feira, pelo único motivo de que eles educam seus filhos em casa, prática que é crime na Alemanha.
“A deportação foi adiada enquanto continuamos a negociar um acordo na questão do visto e da educação escolar em casa”, Joel Thorton, Presidente do GIDH, declarou para LifeSiteNews.com. “Penso que eles foram convencidos porque Ronald Reichert os convenceu de que era melhor resolver a questão do que agir imprudentemente”.
Thorton explicou que as autoridades estão sentindo pressões de muitas frentes de batalhas políticas também.
“Ronald está trabalhando com órgãos administrativos na Alemanha para resolver a questão o mais rápido possível. Encontrei-me com autoridades do governo americano que disseram que pedirão aos alemães que permitam que um americano dê a educação escolar em casa”.
De acordo com a Associação de Defesa Legal da Educação Escolar em Casa, a família Robinson havia vendido tudo o que tinha nos Estados Unidos e se mudou para a Alemanha com o propósito de iniciar uma igreja batista em 2 de março de 2007. Contudo, as autoridades locais sabiam que os missionários batistas independentes educariam seus filhos em casa e, confirmando que esse era o caso, se recusaram a dar à família Robinson o licença de residência que se exige. Em meados de agosto as autoridades haviam negado visto aos Robinsons por escrito, alegando que a Alemanha tinha de se proteger de “Parallelgesellschaften” ou “sociedades paralelas” e lhes deu 45 dias para sair da Alemanha ou serem “deportados à força”.
A família Robinson pôde adiar a deportação depois que Schulunterricht Zu Hause, uma organização que defende a educação em casa, entrou com uma ação no Tribunal Administrativo de Ansbach. Essas iniciativas combinadas com a mais recente vitória do advogado do GIDH, Dr. Reichert, deram aos Robinsons adiamento e tempo para seus advogados elaborarem um acordo.
“Estamos tentando achar um jeito de manter a família Robinson no país por pelo menos ainda mais um ano com o direito de educar seus filhos em casa ao mesmo tempo”, explicou Thornton. “A família Robinson quer plantar uma igreja na Alemanha e precisa de tempo para começar esse processo sem pressão do governo. Logo que conseguirmos isso, trabalharemos para ampliar o tempo deles ou os termos do visto e do acordo”.
A educação escolar em casa é ilegal na Alemanha desde os dias do nazismo. Adolf Hitler proibiu a prática em 1938 a fim de doutrinar todas as crianças e adolescentes alemães na ideologia nazista por meio das escolas públicas. O Jugendamt ou o Ministério do Bem-Estar dos Jovens foi criado por Hitler em 1939 para supervisionar e controlar as famílias politicamente. O Jugendamt é o principal órgão governamental que obriga o cumprimento da lei, chegando ao ponto de assumir a custódia de crianças educadas em casa, como no caso de Melissa Busekros, uma adolescente de 15 anos arrancada de sua família por causa da educação escolar em casa. Depois de três meses de isolamento, a menina conseguiu fugir e voltar para sua família.
Cada vez mais, as autoridades da Alemanha estão lidando com os estimados 300-500 crianças e adolescentes educados em casa de uma maneira que combina com a Alemanha Nacional Socialista (nazista), enquanto pais e mães enfrentam prisão, multas pesadas, tomada estatal de seus filhos, ou serem forçados a buscar asilo por suas convicções em países vizinhos.
Fonte: Julio Severo