A autora da novela global Salve Jorge, Glória Perez, afirmou em entrevista à colunista do jornal o Globo, Patrícia Kogut, que está satisfeita com os números de audiência alcançados pela produção e que não vê protestos de evangélicos contra o folhetim, e sim, interesses comerciais.
A novela causou polêmica devido ao título, Salve Jorge, que dentre as várias reclamações surgidas no meio evangélico, poderia ser uma menção ao santo católico ou a Ogum, entidade presente nas religiões afro-brasileiras.
No dia de sua estreia, a novela enfrentou protestos nas redes sociais, promovidos pelo Exército Universal, grupo ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, que é liderada pelo bispo Edir Macedo, proprietário da TV Record, concorrente da Globo.
-Não vejo protesto de evangélicos, o que vejo são interesses comerciais apelando para o fundamentalismo. E penso que, em casos assim, o pessoal da imprensa deveria seguir o sábio conselho do Millôr Fernandes: “Não se deve ampliar a voz dos imbecis” – afirmou a autora.
Para ela, as repercussões em torno da estreia de sua novela ajudaram na consolidação da atração: “Sinto que a novela pegou […] Estreamos no primeiro dia de horário de verão, quando todo mundo se atrapalha com a hora, enfrentamos o horário político, e ainda assim chegamos aos 40 pontos em São Paulo (a média foi de 35 pontos). O segundo capítulo (teve 37) fez mais um gol: desde 1985, com ‘Roque Santeiro’, um segundo capítulo não bate a audiência do primeiro”, lembrou a autora.
Em meio aos protestos contra a novela, o pastor Márcio de Souza publicou um artigo criticando a “demonização” em torno da produção, e afirmou que o meio evangélico costuma supervalorizar coisas sem importância: “Coamos um mosquito, mas engolimos um camelo”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+