Um novo projeto de lei aprovado no estado da Califórnia, Estados Unidos, deverá causar forte reação do meio conservador e cristãos em geral, visto que ele propõe o uso de verba pública para endossar ações de promoção à chamada “ideologia de gênero”.
Precisamente, o projeto de lei AB 2218 prevê a criação de um “Fundo de Bem-Estar e Equidade para Transgêneros”. A ideia é que este fundo público seja aplicado em “serviços de saúde que afirmam o gênero, como terapia hormonal ou até mesmo cirurgia de redesignação de gênero”, segundo o texto.
Críticos da proposta, no entanto, enxergam nisso uma forma de promoção da ideologia de gênero, a qual desconsidera o fator biológico na constituição da sexualidade humana.
Seus defensores argumentam que uma pessoa nascida com o sexo masculino, por exemplo, pode “se enxergar” psicologicamente como do sexo feminino, o que justificaria a intervenção hormonal e cirurgias para a chamada “mudança de sexo”, algo que, na verdade, é impossível acontecer em termos biológicos, mas apenas estéticos.
Segundo o projeto aprovado na Califórnia, não há uma idade mínima para que pessoas sejam “beneficiadas” com o Fundo de Bem-Estar e Equidade para Transgêneros, mas os defensores da proposta alegam que menores não seriam alvos de intervenções médicas.
O Conselho de Família da Califórnia, no entanto, que é contra o projeto, rebate os defensores da proposta, afirmando que menores receberiam, sim, “drogas para prevenir a puberdade”. Ou seja, que possivelmente crianças e adolescentes seriam alvos de tratamento hormonal, segundo o Guiame.
“Se seu filho começar a bloquear a puberdade nos primeiros estágios, depois vai para hormônios de afirmação de gênero, eles não desenvolverão esperma ou óvulos. Isso significa que eles não poderão ter filhos biológicos. Este é um aspecto importante do bloqueio da puberdade e da progressão para hormônios que você deve entender antes de prosseguir com a supressão da puberdade”, alerta a Comissão em um comunicado.
O que a ciência diz?
Recentemente o Jornal Americano de Psiquiatria, o mais conceituado do mundo sobre o tema, reconheceu que um estudo publicado em 2019, alegando que haveriam benefícios psicológicos e melhora da qualidade de vida de transexuais que passam pela “mudança de sexo”, na verdade foi um erro.
“O erro humano é uma possibilidade aqui. Mas também há a possibilidade de que houvesse uma preferência para um resultado específico do estudo. Para que eles desejassem que o estudo dissesse uma certa coisa”, comentou o pesquisador Dr. Ryan Anderson.
“O maior conjunto de dados agora mostra que não há benefícios, nem resolução de problemas psicológicos para os pacientes com transição hormonal e cirúrgica”, conclui Anderson.