A inconformidade de grande parte da sociedade com a falta de escrúpulos do filme Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola motivou os deputados da bancada evangélica a denunciarem o longa-metragem ao Ministério Público Federal e a Polícia Federal. E o jornalista Augusto Nunes o classificou como “pornografia”.
O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), presidente da Frente Parlamentar Evangélica, anunciou que pedirá a reclassificação da faixa etária, estipulando uma idade superior à atualmente recomendada, que é 14 anos.
“Quero incentivar cada parlamentar a entrar com representação também nos Ministérios Públicos estaduais e na Vara da Infância e da Juventude porque não vamos nos silenciar com o absurdo e com a afronta desse filme”, criticou Cavalcante, de acordo com o jornal O Globo.
‘Pornografia’
O jornalista Augusto Nunes, da Jovem Pan News, comentou durante sua participação em Os Pingos nos Is que o filme, baseado no livro homônimo de Danilo Gentili, causa vergonha e perturbação.
“Não tem, realmente, a menor graça. É só uma pornografia de 5ª categoria. Se o [Fábio] Porchat acha que isso é pedagógico… teve o desplante de dizer que isso é para evitar o que aconteça o que o filme mostra e que eu também não vou, não posso, detalhar […] Eu vi o filme. O que eu sugiro é que ele mostre sempre para os garotos da família dele”, desabafou.
Nunes entende que o filme não é adequado para crianças e adolescentes: “O que ele mostrou foi uma coisa pornográfica. Esse Porchat.. é medonho o que se vê. Quem quiser ver o horror ali, veja. […] Não censuro nada. Podem exibir à vontade, mas eu continuo achando que vale aquela frase ‘tirem as crianças da sala’”.
No mesmo comentário, o jornalista rebateu o argumento do autor do livro e produtor do filme: “O Gentili diz que ‘eu quero desagradar bolsonarista e lulista’. Não tem nada a ver com política, isso aí. Uma questão ética, questão de decência. De preocupação com crianças”.
Em sua conclusão de raciocínio, Nunes não conseguiu esconder sua indignação: “Neste vídeo aparece o Porchat dizendo a duas crianças, pedindo que seja masturbado por elas. Tanto assim que a gente nem mostra o vídeo, por que pode ter crianças assistindo. O que vocês acham disso?”, questionou.
“Se há oportunistas [políticos] por trás disso, pouco me importa. Se houve oportunistas criticando aquele caso em que um sujeito ficava pelado, numa ‘mostra de arte’, e podia entrar crianças no museu, e podia afagar o cara, nós dissemos aqui que isso não existe, para pelo menos ter uma faixa de idade. Agora, esse filme, qualquer criança pode ver. Aliás, crianças participam da cena! Então, aí já é demais. Não é questão de censura, eu quero que as crianças fiquem fora dessa. Não estou aqui para ‘proteger os meninos do mundo’, não. Estou aqui para dizer que há um limite, senão você libera a pedofilia!”, concluiu.