O médico cristão de origem egípcia que não conseguia deixar a Arábia Saudita, depois que a polícia religiosa confiscou seu passaporte, já deixou o país. “Nós recebemos a confirmação hoje (quinta-feira, dia 16 de agosto) de que ele desembarcou no Cairo, Egito, e está com a família dele, graças aos muitos pedidos de pessoas para as embaixadas sauditas ao redor do mundo”, disse um porta-voz da International Christian Concern (ICC).
O doutor Mamdooh Fahmy era cirurgião no Centro Médico Albyaan Menfhoh, em Riyadh, mas há seis meses foi afastado do cargo. Em 2004, as autoridades sauditas descobriram que ele era cristão e um ano depois começaram a persegui-lo.
“Nós estamos emocionados com a notícia de que o doutor Fahmy já está em casa e com a família dele depois de ter sido mantido refém na Arábia Saudita durante quase dois anos”, disse Jeff King, presidente da ICC.
Isto mostra, segundo ele, como é importante para os cristãos ocidentais falarem em favor dos irmãos perseguidos. “Agradeço a cada um que orou e se manifestou para as autoridades sauditas. Ore também pela adaptação dele no Egito, que está se tornando incrivelmente hostil ao cristianismo”, disse Jeff.
Uma fonte que acompanhou de perto a história disse: “É um milagre! Eu chorei quando ouvi que ele estava no avião.”
O caso
“No dia 12 de abril de 2005 de abril, eu recebi uma visita de surpresa de três funcionários sauditas no trabalho. Eles me informaram que eram do muttawa (polícia religiosa).
Começaram a me insultar publicamente, antes da chegada do pessoal e dos pacientes do centro médico. Confiscaram minha maleta, celular e chaves. Eles me algemaram, algemaram minhas pernas, me arrastaram até um carro e me levaram até a minha residência.
Enquanto o policial e eu permanecemos no veículo, os dois civis invadiram minha casa e confiscaram todo o material escrito (livros, notas etc).
Fui levado para a delegacia de polícia onde eu fui acusado formalmente de ser um missionário cristão e de consumir bebidas alcoólicas depois do trabalho. Fui preso e colocado numa solitária durante cinco dias.
Desde então tive meu passaporte confiscado e fui proibido de deixar o país”.
Fonte: Portas Abertas