O presidente Michel Temer (PMDB) vinha cumprindo sua agenda de trabalho com foco na aprovação das reformas trabalhista e da previdência, incluindo encontros com pastores, até que a bombástica delação da JBS mudou a ordem das coisas em Brasília.
Ontem, 17 de maio, antes da divulgação da notícia sobre a suposta gravação que o compromete, Temer recebeu o pastor Samuel Câmara, que pleiteia o cargo de presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB). Hoje, encontraria-se com Silas Malafaia, para pedir seu apoio à Reforma da Previdência.
No encontro com Câmara, Temer recebeu um exemplar da “Bíblia da Liderança Cristã”, do autor americano John C. Maxwell. Em uma foto publicada no Twitter, o presidente disse que a Bíblia é “um livro sagrado que guia a minha vida e de milhões brasileiros”.
Recebi, hoje, mais um exemplar da Bíblia das mãos do pastor Samuel Câmara. Um livro sagrado que guia a minha vida e de milhões brasileiros. pic.twitter.com/wzN9iuPzQR
— Michel Temer (@MichelTemer) 17 de maio de 2017
Terremoto
Horas depois, as bases de seu governo seriam abaladas de forma grave, e o presidente, que antes lutava para deixar como marca de seu mandato as reformas, passaria a lutar por sobrevivência.
A reunião com Malafaia foi cancelada ainda na manhã desta quinta-feira, após o pastor usar o Twitter para pedir o impeachment do presidente. O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), que participaria do encontro, revelou ao jornal O Estado de S. Paulo que Temer insistiu, dias atrás, em ter uma conversa com o pastor.
“Eu disse ao presidente: se for para pedir apoio à reforma da Previdência, melhor não marcar, porque vai ser um desgaste para o senhor e para ele. Mas o presidente disse: ‘quero conversar com ele'”, afirmou Sóstenes, que hoje foi contactado pela assessoria de Temer para considerar o compromisso oficialmente nulo.
NÃO ADIANTA CHORAR! Comprovada a denúncia contra Temer, IMPEACHMENT ! Contra Aécio, CASSAÇÃO!
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) 18 de maio de 2017