A perseguição religiosa aos cristãos que vivem em países como o Siki Lanka encontra apoio no radicalismo de vários grupos, inclusive dentro do budismo, religião conhecida pelo discurso de paz. Ocorre que há budistas que também são radicalizados.
Recentemente, por exemplo, um pastor evangélico foi obrigado a fechar a sua igreja no Siri Lanka, após sofrer anos de intimidação. Segundo informações da organização Barnabas Fund, o caso ocorreu na cidade de Polonnaruwa, em Bakamuna.
Policiais chegaram à casa do pastor e pediram para ele comparecer na delegacia. Ao chegar no local, ele foi surpreendido ao ver um grupo de monges budistas trajados no lugar. Ali, o líder religioso foi pressionado a fechar a sua igreja.
Segundo a organização de vigilância religiosa, os budistas afirmaram que já tinham em suas mãos uma lista dos membros da igreja, a qual foi usada para chantagear o pastor.
Intimidação
Por causa do medo de ver os fiéis da sua denominação virando alvo de represálias, o pastor então resolveu fechar a igreja. A organização Portas Abertas explica que esse tipo de intimidação é comum, devido ao número de pessoas convertidas ao cristianismo.
“A pressão aos cristãos aumentou na vida privada e familiar, especialmente para ex-budistas, ex-muçulmanos e ex-hindus”, informou a entidade ao explicar o motivo do Siri Lanka estar na posição número 30° na lista dos 50 países que mais perseguem os cristãos no mundo.
“Como nos períodos de análise anteriores, o atual (1 de novembro de 2018 a 31 de outubro de 2019) também contém incidentes em que moradores da vila, vizinhos e monges budistas reclamaram para polícia ou oficiais do governo local sobre as atividades de pastores e igrejas em vilas da zona rural”, diz a Portas Abertas.
A organização explica que a intolerância aos cristãos já começa na sala de aula, uma vez que o ensino religioso é obrigatório no país. Como há poucos cristãos, cerca de 8% apenas da população, os alunos acabam se tornando vítimas de preconceito.
“Devido à falta de professores cristãos, estudantes cristãos muitas vezes precisam frequentar aulas de religião budista ou hinduísta, o que resulta em assédio, bullying e notas ruins”, conclui a organização.