O deputado federal Cabo Daciolo (PSOL-RJ) ficou nacionalmente conhecido após propor uma mudança no texto da Constituição Federal para reconhecer que o poder “emana de Deus”. Terminou suspenso de seu partido e ameaçado de expulsão.
A proposta de Daciolo, apelidada de “PEC de Deus”, causou furor no diretório estadual do PSOL no Rio de Janeiro. Num primeiro momento, frente à reação negativa dos colegas, o deputado evangélico retirou a proposta. Porém, voltou a apresentá-la como forma de confrontar as opiniões contrárias.
Em entrevista ao site Congresso em Foco, Daciolo disse não ter medo da expulsão do PSOL: “Não existe política sem Deus. O fôlego que está no teu nariz, na minha narina, esse é fôlego de vida. Deus bota e Deus tira, meu amigo”, afirmou.
O parlamentar, que construiu carreira como militar no Corpo de Bombeiros, já recebeu conselhos de colegas da bancada evangélica para pedir autorização da Justiça Eleitoral para migrar de partido sob a alegação de perseguição política devido aos seus posicionamentos. Dessa forma, mesmo se for expulso do PSOL, não perderia o mandato.
No entanto, Daciolo demonstra ser “marrento” (como dizem seus conterrâneos sobre pessoas determinadas): “Não acredito que [a expulsão] vá ocorrer. Entrei com um pedido de reconsideração, não cometi qualquer irregularidade dentro do partido. Os artigos de número 5 e de número 90 do estatuto permitem a livre expressão religiosa”, observou.
Para Daciolo, o diretório fluminense do PSOL age de maneira contraditória, pois aceitou sua filiação e candidatura sabendo de suas origens: “Já frisei duas vezes em plenário, e pedi para o PSOL lembrar de sua letra ‘L’, da liberdade. Eu quero ser tratado com igualdade e a mesma liberdade que todos os outros parlamentares têm dentro do partido. Uma coisa para enfatizar: quando eu vim para o PSOL, todos já sabiam que eu era militar e que era um homem de Deus, que sempre frisa Deus e Jesus Cristo”, disse.
Em um discurso no último dia 07 de abril, Cabo Daciolo usou a tribuna da Câmara para tecer severas críticas ao colega de partido Jean Wyllys e o deputado estadual Marcelo Freixo. Assista: