Pelo menos 30 extremistas muçulmanos armados com pistolas invadiam a casa do cristão Safdar Masih na tarde do último dia 9 de julho e desde então ocupam o local.
A casa foi construída na colônia de Fatima Jinnah, a cerca de cinco quilômetros de distância da cidade de Sargodha, na jurisdição do posto policial de Jhal Chakian.
O filho de Safdar, Saleem Masih, havia adquirido o terreno há seis anos, de um intermediário. Ele contou que agora o governo alega ser proprietário da terra. Mas há contradições no caso.
O problema começou quando Saleem Masih levantou quatro paredes na casa construindo uma espécie de quarto.
Os agressores insultaram a esposa de Safdar Masih, levaram embora as roupas dela e jogaram os pertences da família na rua.
“Três dos quatro homens se aproximaram de mim. Eles pressionaram meu filho a vender a casa, ele se recusou”, disse Safdar Masih.
Autoridade envolvida
Outro filho dele, Sarfraz, alega que o deputado Nazim Zahid (vice-líder do governo local) também estava com os muçulmanos que invadiram a sua casa.
Em entrevista à ANS, Nazim Zahid disse que Tahir Chakoor, um muçulmano, trouxe a ele provas de que tinha a posse daquele terreno desde 1992.
Sarfraz Masih insiste que os documentos de posse apresentados foram falsificados e que ele possui todas as certidões originais. Ele contou que o papel apresentado por eles é antigo, mas a tinta com os nomes é nova.
“Eles devem ter subornado a polícia e tudo indica que eles confiscarão a nossa terra”, disse Sarfraz Masih.
“Quando registramos uma queixa na polícia, os policiais nem nos ouviram. Eles disseram que iam averiguar o caso, mas isso nunca aconteceu”, complementou.
O cristão conta que, por causa da pressão de um influente muçulmano, a família chegou a pensar em abrir mão do lote.
Proposta de venda
Tahir Chakoor, um dos muçulmanos que estiveram na casa, disse à ANS que aceita pagar US$ 933,33 ( cerca de R$ 1.800) a Sarfraz Masih para cobrir as despesas que ele teve na aquisição do terrrno e na construção do quarto.
”Nós queremos nosso lote de volta, não o dinheiro”, disseram Safdar Masih, seu filho, Sarfraz Masih e a esposa dele, Surriya.
“Quando cheguei, os homens armados me deram um tapa na cara, apontaram a arma e me ameaçaram se eu resistisse”, disse um parente de Safdar que estava na casa durante a incursão.
Sarfraz disse que o homem que vendeu a casa a ele está vivo e que tem como provar ser o proprietário legítimo. Ele acredita estar sofrendo perseguição por ser cristão.
Fonte: Portas Abertas