A Justiça determinou o seqüestro de um prédio e de uma torre de TV que pertencem a uma empresa cujos sócios são a bispa Sônia Hernandez, uma das fundadoras da Igreja Renascer em Cristo, e um filho dela chamado Felipe Daniel Hernandez. Os bens estão indisponíveis.
Prédio e torre ficam na rua da Consolação, região central de SP. O prédio que serviu de base para a torre foi comprado em abril de 2004 por R$ 420 mil, segundo registro do cartório de imóveis.
“A torre foi adquirida com recursos levantados pela igreja, mas está em nome de uma empresa. O que deveria ser patrimônio da igreja virou patrimônio particular. Isso é lavagem de dinheiro”, diz o promotor Arthur Pinto de Lemos Jr.
A torre, inaugurada em 2005, foi adquirida com recursos levantados por uma campanha da Renascer batizada “Desafio da Torre”. Os fiéis contribuíam por meio de carnês. Para Lemos, houve fraude contra os fiéis.
Luiz Flávio Borges D’Urso, advogado de Sônia, disse que não comentaria a decisão por não conhecer o seu teor.
Prisão
Atualmente, o casal cumpre prisão domiciliar e aguarda o julgamento por contrabando, conspiração e falso testemunho no tribuna federal de Miami. Estevam e Sônia negam os crimes.
Eles foram presos em 9 de janeiro, ao desembarcarem no aeroporto de Miami (EUA), porque declararam falsamente para a alfândega norte-americana que não carregavam mais de US$ 10 mil cada. Os dois portavam, juntos, US$ 56 mil (em espécie).
Dez dias após a prisão, o casal conseguiu liberdade condicional e, desde então, tem de voltar até as 17h para casa e é obrigado a usar tornozeleiras eletrônicas. O mecanismo emite sinais com a localização dos réus, vigiados 24 horas.
O julgamento estava marcado para segunda-feira, mas a Justiça dos Estados Unidos adiou para 11 de junho, porque um dos advogados do casal estaria doente.
Brasil
No Brasil, o casal Hernandes também responde a processos na Justiça. Um deles corre na 16ª Vara Criminal de São Paulo por suposta criação de uma igreja “laranja’, chamada Internacional Renovação Evangélica, para livrar a Renascer de ações judiciais.
A primeira audiência estava marcada para 3 de abril, no Fórum da Barra Funda, em São Paulo, mas Sônia e Estevam não puderam comparecer porque estavam sob a custódia da Justiça americana e não foram notificados.
A nova audiência foi marcada para 27 de junho. Se eles ainda estiverem retidos nos Estados Unidos até a data da nova audiência, a Justiça de São Paulo deverá enviar uma solicitação à Justiça norte-americana para que eles sejam ouvidos lá.
Fonte: Folha de São Paulo