Em sua sala no Belenzinho, em São Paulo, no subsolo do templo da Assembleia de Deus, pastor José Wellington Bezerra da Costa, de 77 anos, recebeu a equipe de reportagem para um bate papo. Na pauta o centenário da Assembleia de Deus e o futuro da denominação, a maior do Brasil.
Desde 1987 à frente da Convenção Geral das Assembleias de Deus (CGADB), rebate as críticas de seus opositores, Silas Malafaia e Samuel Câmara, e confirma que a denominação está unida. ”A Igreja não é de A ou B”
Vindo do Ceará, pastor José Wellington reafirma sua postura firme fruto do ensinamento que recebeu de família. “É melhor dormir com fome, do que acordar com dívida”, repetiu o ensinamento dado por sua mãe. Eleito por sete vezes, ele diz que não dá nenhum passo fora da direção de Deus.
“Se Deus disser basta, eu entrego a direção, não vejo problema”, dispara o líder que tem em seu ministério 2,3 mil congregações e se vê envolvido na construção de um grande templo para 10 mil pessoas.
Com saúde de ferro – item comemorado- o assembleiano disse que ficou muito desgastado na última eleição da Convenção. “ Foram muitas calúnias”, declarou: “ O desejo deles é a CPAD. Quando assumi a entidade tinha R$ 1,5 milhão em duplicatas. Assumi a empresa, profissionalizei a gestão com irmão Ronaldo. Hoje, mesmo sem fins lucrativos, a empresa caminha com excelência”
Sobre a identidade assembleiana, José Wellington continua sua tese: “Nós temos influência dos suecos, temos doutrina firme. Nosso objetivo é salvação e edificação. O deles é baseado nos americanos com atos midiáticos e comércio. Eles se amoldam a determinados costumes que não nos adaptamos.” Sobre o futuro da Assembleia de Deus ele finaliza: “A AD é uma árvore que dá muitos frutos. Unidos nós estamos.”
O Caso
Os pastores Samuel Câmara, líder da igreja-mãe da Assembléia de Deus, e Silas Malafaia, líder da Vitória em Cristo, vêm fazendo severas críticas a José Wellington e a CGADB devido a seus métodos. Samuel Câmara, que perdeu uma eleição para a presidência da CGADB para José Wellington, acusa o pastor presidente de ignorar e tentar abafar a igreja-mãe das comemorações pelo centenário da Assembléia de Deus. Já Silas Malafaia, ex vice-presidente de José Wellington, reclama das contas da CGADB e denuncia supostas irregularidades.
Adaptado de Creio