O círculo de oração nas igrejas evangélicas brasileiras é uma tradição que poucos conhecem sua origem, mas muitos reconhecem o valor desse trabalho na intercessão de uma congregação. Com mais de 70 anos, os grupos de mulheres que oram pelos temas mais diversos são parte da identidade protestante no Brasil.
O surgimento se deu em 1942, embora ainda sem o nome “círculo de oração”. A idealizadora, irmã Albertina Bezerra Barreto, era membro da Igreja Assembleia de Deus em Recife (PE), e convidou algumas irmãs da sua congregação no bairro Casa Amarela para se reunirem em um clamor por sua filha, Zuleide, que estava doente.
A menina havia sido desenganada pelos médicos, que haviam dado poucos anos de vida a ela. Sem andar e falar, Zuleide não passaria dos oito anos, segundo os diagnósticos. Aflita, Albertina reuniu as mulheres de oração para pedir intervenção divina, e durante o momento de clamor, houve uma profecia sobre a cura da menina.
“Essa enfermidade não é para a morte, mas para glória do meu nome. Fui eu quem gerou essa criança para que, por meio dela, fosse aberto esse trabalho”, dizia a profecia. Zuleide cresceu, andou e falou, e só faleceu mais de quatro décadas depois, aos 49 anos.
Segundo informações do site Mulher Cristã, o nome “círculo de oração” surgiu depois, quando a irmã Albertina leu um folheto que dizia que a oração é como um círculo no céu: “Quando estávamos orando, lembrei-me da mensagem e disse: – Vamos circular os céus com as nossas orações”, relatou a intercessora.
Embora as reuniões de oração das mulheres membro das Assembleias de Deus ocorram há mais de um século, quando a congregação de Belém (PA) já estava estabelecida, o formato conhecido atualmente foi popularizado pela irmã Albertina.
Dizem os historiadores das Assembleias de Deus que a primeira reunião de oração liderada por mulheres aconteceu em 02 de junho de 1911, quando as cristãs batistas Celina Albuquerque e Maria de Nazaré, se reuniram para buscar o dom de línguas no batismo com o Espírito Santo, conforme era pregado pelos missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren.