A Planned Parenthood é acusada, há anos, de negociar tecidos e órgãos de bebês abortados no mercado negro. Agora, a maior rede de clínicas de abortos dos Estados Unidos está no centro de uma investigação que pode jogar luz sobre essa indústria de assassinatos de indefesos.
A emissora Fox News veiculou uma reportagem em que revelou detalhes da investigação conduzida pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Com acesso a uma carta do órgão enviada para o Congresso, a emissora descobriu que a Planned Parenthood é suspeita de vender partes de tecidos e órgãos – ou mesmo corpos inteiros – para empresas de biotecnologia e universidades, para fins de pesquisas.
Na carta, o Departamento de Justiça solicita ao Congresso documentos obtidos durante a investigação conduzida pelos parlamentares em 2016. No entanto, o final da história pode ser ainda mais assustador, pois desde 2015 circulam vídeos em que uma diretora de alto escalão da rede de clínicas é flagrada negociando as vendas.
“O Departamento de Justiça agradece à oferta de assistência na obtenção desses materiais e gostaria de solicitar que o comitê forneça cópias não elaboradas dos registros contidos no relatório, a fim de capacitar o departamento a realizar uma avaliação completa e abrangente desse relatório com base em toda a gama de informações disponíveis”, dizia um trecho da carta endereçada ao Comitê Judiciário do Senado, com assinatura do procurador-geral adjunto para Assuntos Legislativos, Stephen Boyd.
De acordo com informações do portal The Christian Post, o presidente do Comitê Judicial do Senado, Charles Grassley, (Partido Republicano – Iowa), recomendou em seu relatório que o Departamento de Justiça investigasse a Planned Parenthood e outras clínicas de aborto.
Contexto
Em julho de 2015, David Daleiden e Sandra Merritt, ativistas do The Center for Medical Progress (“centro para o progresso médico”, em tradução livre), filmaram a diretora da Planned Parenthood nas negociações para vendas de tecidos, órgãos e corpos.
Eles se apresentaram como pesquisadores biomédicos interessados na compra dos tecidos fetais. Os vídeos foram gravados, flagrando a diretora e outros executivos da Planned Parenthood, dentro e fora das clínicas do aborto.
Nos vídeos, os funcionários da Planned Parenthood são vistos falando tranquilamente sobre como é feito o processo de recolhimento dos órgãos durante procedimentos de aborto e negociam o custo de tecido e órgãos específicos ou até mesmo os bebês por inteiro.
“É hora dos funcionários públicos, finalmente, responsabilizarem a Planned Parenthood e a sua empresa criminosa de aborto sob a lei”, comentou Daleiden, na última semana.
Lila Rose, presidente da organização pró-vida Live Action, também se manifestou em apoio à investigação: “Nós aplaudimos qualquer ação do Departamento de Justiça para seguir a evidência em que ela conduz – e o relatório do Judiciário do Senado revela evidências substanciais, sugerindo lucros da Planned Parenthood sobre a venda de partes dos corpos de bebês abortados”, disse.