Jack Phillips é um confeiteiro cristão que foi processado em 2012 por se recusar a fazer um bolo para uma festa de união civil entre pessoas do mesmo sexo. A batalha jurídica se estendeu e ele venceu a questão na Suprema Corte em 2018. Agora, um novo processo similar, movido por uma pessoa transgênero, reacende o debate sobre a liberdade religiosa.
Michael Ashcraft, professor de jornalismo Lighthouse Christian Academy, publicou um artigo contextualizando o motivo de a militância LGBT implicar com o confeiteiro, mesmo ciente de que ele venceu um processo que estabeleceu um precedente que reiterou a liberdade religiosa: “A esquerda vê o bolo como um símbolo da luta contínua pelos Direitos Civis desde os anos 1960”.
“Por trás da questão do bolo se escondem questões maiores: as igrejas serão forçadas a casar homossexuais? Elas serão obrigadas a ordenar LBGT ao clero? As passagens da Bíblia serão removidas ou alteradas? O Estado assumirá o controle da igreja?”, questionou.
Para Ashcraft, o tumulto causado pela militância LGBT é planejado e tem como meta manter a discussão na mídia, já que o próximo presidente dos Estados Unidos “nomeará inúmeros juízes federais e juízes da Suprema Corte que provavelmente resolverão essas questões inquietantes”.
O caso do processo atual envolve uma advogada mulher transgênero, Autumn Scardina, que teve seu pedido recusado por Jack Phillips, já que a encomenda visava a comemoração de sua a transição de homem para mulher.
Kristen Wagoner, vice-presidente sênior da Alliance Defending Freedom, um grupo jurídico cristão conservador, e advogada do confeiteiro, comentou que o processo representa um “assédio” já que Jack Phillips “não cria bolos personalizados que expressam mensagens ou celebram eventos em conflito com sua consciência”.
“A perseguição implacável a Jack feita por esta advogada é uma tentativa óbvia de puni-lo por suas opiniões, bani-lo do mercado e arruiná-lo financeiramente e à sua loja”, disse Warner à NBC, conforme informações do portal God Reports.
Compromisso
“O [estado do] Colorado parecia estar procurando oportunidades de me punir por minha fé”, disse Phillips, sobre o processo de 2012 que terminou em 2018 na Suprema Corte, com sua vitória.
Jack se entregou a Cristo vindo de uma família de cristãos. Inicialmente, ele era apenas filho de cristãos, mas teve seu encontro com Deus a certa altura da vida. “Senti que Deus entrou no meu carro e me convenceu dos meus pecados. Demorou apenas alguns segundos. ‘Você é um pecador. Você precisa de um Salvador. É Jesus Cristo’. Eu disse: ‘Tu estás certo. Deixe-me limpar minha vida’. Ele disse: ‘Você não pode’. Eu disse: ‘Tu estás certo. Sou seu’. Então eu entreguei minha vida a Cristo, voltando do trabalho para casa”, descreveu.
Contar à sua esposa, Debi, sobre o encontro divino deixou Jack apavorado. Algumas semanas antes, ela havia criticado um parente por sua fé. Ele não conseguiu dormir por conta da dificuldade para falar com sua esposa sobre sua decisão. No dia seguinte, encontrou coragem, encontrou Debi na cozinha e disparou: “Eu preciso te dizer uma coisa. Eu me tornei um cristão hoje”.
“Eu também”, ela respondeu. “Há três dias”. Os dois choraram de alegria, juntos, e desde então se empenham fazer de Cristo o centro de suas vidas, casa e negócios. Ele abriu sua confeitaria em 1993 e chamou-a Masterpiece Cakeshop, um duplo significado que implicava o trabalho do Mestre no Paraíso. A intenção era honrar a Deus com sua vocação.
“Não queremos que Deus faça parte de nossas vidas apenas aos domingos. Queremos que Ele faça parte de nossas vidas todos os dias”, diz o confeiteiro, sem imaginar que Deus o chamaria para glorificá-lo de uma maneira maior – na Suprema Corte, onde obteve uma vitória para inspirar os cristãos em todos os lugares do mundo.
Agora, segundo Ashcraft, “uma vitória maior ainda é necessária, já que o tribunal superior ainda não decidiu sobre as questões maiores da liberdade religiosa, que sem dúvida serão impactadas pelo resultado da eleição”, contextualizou, referindo-se à disputa entre Donald Trump e Joe Biden.