Em seus esforços para sacrificar um animal no Monte do Templo para a Páscoa judaica, o novo conselho do “Sanhedrin” adotou um modo de procedimento quase secreto. Os rabinos Adin Steinsaltz, Israel Ariel, Yishai Baved e seus associados localizaram secretamente um açougueiro, encontraram um Cohen que garantisse uma linhagem de mil anos e elaboraram um plano para erguer rapidamente um altar no Monte do Templo.
Este grupo tenta restabelecer os costumes do antigo tribunal Sanhedrin, que representava o mais alto corpo jurídico dos judeus em Israel desde tempos da ocupação romana até o século V, há 1.600 anos. Os ativistas pertencem a vários círculos religiosos israelenses, alguns de extrema direita.
Segundo informou o diário israelense Haaretz na edição de ontem, os planos do novo conselho do Sanhedrin foram frustrados pela Corte de Justiça, no domingo, que rechaçou sua petição. A Corte alegou que “os direitos dos solicitantes de praticar sua fé são anulados por outras considerações, tais como a ordem e a segurança pública.”
Apesar da decisão judicial, os seguidores realizaram procissão em Jerusalém, dirigindo-se à parede ocidental carregando duas ovelhas. Os adeptos do movimento conhecido como “O Monte do Templo” uniram-se a outro grupo que há anos tem preparadas as ferramentas e os utensílios santos tradicionais para o terceiro templo, segundo as especificações da Torá. A exibição espetacular, no entanto, não persuadiu as autoridades de permitir que os participantes realizassem a prática.
Esta petição à Corte não é nova. Haaretz recorda que em anos anteriores o alto Tribunal de Justiça recusou várias petições desse tipo, formuladas por grupos que se dedicam a preparar o terceiro templo no Monte do Templo, em Jerusalém. A Corte citou invariavelmente as mesmas razões para a sua decisão. Na Páscoa judaica de 1991, houve uma tentativa de sacrificar um cordeiro, movimento que foi detido pelas forças de segurança.
No lugar conhecido para judeus e cristãos como o Monte do Templo, Har Habayt em hebreu, encontra-se atualmente o Domo da Rocha, construído pelo califa Abd el-Malik. O monte é identificado pelas tradições judaica e islâmica como o lugar do Monte Moría, no qual Abraão ofereceu o seu filho em sacrifício a Deus.
Na tradição muçulmana, o Monte do Templo é identificado como “o santuário mais afastado”, do qual o profeta Maomé, acompanhado pelo anjo Gabriel, realizou a travessia noturna para o Trono de Deus.
Fonte: ALC