Um homem que nasceu na pobreza, morou nas ruas e mudou de vida, tornando-se um empresário bem-sucedido e milionário, decidiu se desfazer de tudo e usar a riqueza para ajudar crianças que vivem nas ruas de sua cidade.
A história de Charles Mully é uma verdadeira reviravolta. Na infância, ele – assim como milhares de outras crianças no Quênia, África – vivia na miséria. “Quando eu era criança, eu acordei um dia e descobri que estava sozinho. Sem comida e nada que eu pudesse me apoiar, eu me tornei um menino de rua, um mendigo”, disse ele em entrevista à emissora Chritian Broadcasting Network.
Ele foi abandonado pelos pais aos seis anos de idade, e sua vida só passou a ter possibilidade de mudança quando, já adulto, conseguiu juntar dinheiro para comprar um táxi e trabalhar. Com muito esforço, ao longo dos anos ele se tornou dono de uma frota de carros e ônibus, e o que ganhava era reinvestido em negócios imobiliários e petrolífero.
“Às vezes, é tão difícil para mim medir o nível, mas posso reconhecer que o Senhor me levantou através de seu favor, através do pequeno negócio que eu comecei. Quando eu olho para trás, vejo a graça de Deus e um plano. Por que? Ele estava planejando me tornar um instrumento para o futuro”, comentou.
Mully já era casado e pai de oito filhos quando sentiu que o chamado de Deus para sua vida era auxiliar outras crianças com situação semelhante à que viveu na infância. Assim, há mais de 30 anos, em 1986, ele decidiu se desfazer de tudo que construiu.
“Eu me vi em seus rostos, porque eu estava tentando me esconder. Eu nunca tinha compartilhado isso com ninguém. Eu não lembro de ter compartilhado sequer um dia o testemunho sobre meu passado, eu queria que as pessoas me vissem como um grande homem, com dinheiro, com tudo”, relembrou Mully.
Porém, o então empresário não resistiu ao chamado: “Quando Deus quer realmente te usar, não há nenhuma maneira de você escapar, mesmo quando você tentar fugir. Deus falou para mim dessa maneira”, acrescentou o ex-milionário, que com a ajuda da família, fundou a organização Mully Children’s Family, voltada às crianças abandonadas na África.
“Essa jornada nunca foi fácil. Junto com minha mulher, sofremos a rejeição de nossos amigos, das igrejas. Eles não queriam ouvir nada sobre isso, eles achavam que eu era louco”, lamentou. Sem se deixar abater pelas críticas, no entanto, ele seguiu em frente, e hoje mais de 13 mil crianças já foram alcançadas.
“Eu vejo o mundo, vejo o Quênia e vejo o continente da África sendo transformado por eles e por meio de Cristo, que nos fortalece”, pontuou, afirmando que muitas das crianças que o chamara de “papai Mully” se tornaram médicos, engenheiros, cientistas, professores e advogados.