Ainda que sua população esteja decrescendo, a aldeia palestina de Taybeh luta por manter a normalidade entre o conflito, e a esperança no meio da opressão.
Situada a 14 km ao nordeste de Ramallah, Taybeh é uma das poucas aldeias predominantemente cristãs da Palestina. Como todas as aldeias da Cisjordânia, ela perde população, pois quem pode emigrar sai, já que não veem outra possibilidade, dadas as dificuldades econômicas e físicas que padecem sob a ocupação israelense.
Na década de 1960 sua população era de 3.400 habitantes; hoje é de 1.300. O desemprego situa-se em torno de 50%.
Mas para o sacerdote Raed Abusahlia, da Igreja Latina (Católica Romana) de Taybeh, a penosa situação torna mais urgente os esforços por dar poder espiritual e econômico à população local, como explicou a uma delegação ecumênica que visitou a aldeia em março.
A delegação – uma equipe de Cartas Vivas que viajou em representação do Conselho Mundial de Iglesias (CMI) – visitou igrejas, organizações ecumênicas e grupos da sociedade civil em Israel e Palestina.
Há na aldeia três congregações: a Ortodoxa Grega, a Católica Grega e a Latina (Católica Romana). As congregações celebram juntas os cultos de Páscoa e de Natal, e todas elas participam ativamente em projetos locais.
A paróquia latina tem uma escola, um centro médico, uma pensão para peregrinos e numerosos serviços eclesiais e outras atividades para a juventude. Esses projetos têm por objetivo dar à população esperança e razão para permanecer em Taybeh, diz o padre Abusahlia.
O padre teve a iniciativa de colocar um Lustre de Paz no templo, produto local abundante incandescente por uso do azeite de oliva, para promover a paz e a justiça na Terra Santa. Os lustres são produzidos em ateliê de Taybeh, que emprega 20 jovens de ambos os sexos.
A proposta é que o Lustre de Paz, com velas, seja colocado em cada igreja do mundo, para estimular assim a oração e a solidariedade com o povo da Palestina. Todos os rendimentos obtidos com a venda dos lustres serão destinados à beneficência, como o centro médico da Caritas e o lar para ancião Beit Afram.
Cerca de 100 grupos de peregrinos visitam Taybeh a cada ano. Abusahlia diz que os visitantes podem desempenhar uma importante função para romper os estereótipos que existem a respeito de Israel e da Palestina.
“Todos os cristãos do mundo têm a responsabilidade de manter a presença cristã na Terra Santa”, disse. “Quando nos visitam, podem ver que Taybeh é um lugar de paz. Alentamos os visitantes a falarem sobre Taybeh a seus amigos e familiares nos seus locais de origem, e a promover produtos como os nossos Lustres de Paz. Este é o melhor sinal da solidariedade”, definiu.
Fonte: ALC / Gospel+