NIGÉRIA – O pastor Jacob Bako, da Igreja Evangélica de Cristo na Nigéria (ECCN, em inglês), disse que a atitude hostil dos muçulmanos e seus administradores têm forçado alguns cristãos a deixarem o local onde vivem no Estado de Kano. Se a congregação não fosse formada principalmente de policiais e suas famílias, mais de duas décadas de hostilidade já teriam acabado com a igreja. No entanto, ele acrescenta que nem mesmo os policiais são poupados.
“Recentemente, durante as eleições locais, um policial muçulmano matou a tiros um eleitor que colocava seu voto na urna. O policial continua livre e nenhuma acusação foi feita contra ele”, conta o pastor.
“Há pouco tempo também, ladrões armados atacaram uma empresa depois de agredirem o policial em serviço, que é cristão. Ainda assim, o policial está preso enquanto falo com você – não porque ele cometeu um crime, mas porque ele foi dominado pelos assaltantes durante a situação. Por que a discriminação?”
Filhos de cristãos não podem ir à escola
O pastor conta que os cristãos em Dawakin Kudu também enfrentam discriminação em instituições públicas – eles dão afastados de cargos em empresas públicas e seus filhos são proibidos de se matricularem em escolas públicas.
“Nossos filhos são forçados a mudar seus nomes e adotarem um nome muçulmano antes de fazer a matrícula em escolas públicas”, diz ele, “e mesmo quando eles mudam o nome, são obrigados a se converterem ao islamismo ou serem expulsos da escola”.
“As meninas cristãs são obrigadas a usar o hijab (véu) nas escolas públicas como prova de que se converteram ao islã”, ele acrescenta.
O pastor conta que a discriminação é desenfreada nas duas escolas públicas de ensino médio, a Escola Secundária de Ciência do Governo – Dawakin Kudu e na Escola Secundária do Governo – Maidubi.
Servidores da Secretaria de Educação do estado de Kano preferiram não fazer comentários a respeito do assunto. As autoridades policiais também não comentaram nada a respeito das questões levantadas.
Ameaça cristã ao islã
O pastor Bako conta que a sharia, a lei islâmica, foi implementada no Estado de Kano não para os muçulmanos, como o Estado alega, mas para lidar com os cristãos e para deter o que os muçulmanos chamam “de ameaça cristã ao islã”.
O pastor só vê uma saída: “A única chance de paz para o norte da Nigéria depende do Governo Federal tomar uma atitude urgente em relação à discriminação religiosa enfrentada pelos cristãos”.
Fonte: Portas Abertas