Desde que o primeiro ministro, Narendra Modi, assumiu em 2014, os casos de perseguição religiosa na Índia têm aumentado. Cristãos estão sendo cada vez mais oprimidos, sofrendo retaliações por não negarem a sua fé.
Muitos desses cristãos são expulsos até de suas casas por radicais hindus, e com o apoio da vizinhança em alguns casos. É o que mostra um relatório feito pela Irmandade Evangélica, informando 135 casos de perseguição contra cristãos, só no primeiro semestre de 2020.
Os cristãos perseguidos se sentem desamparados até mesmo por aqueles que deveriam pôr ordem e protegê-los, no caso, os policiais, segundo informações do Christian Post.
Em junho, seis famílias foram obrigadas a sair de suas casas por radicais hindu. Eles queriam forçá-los a se “reconverter” ao hinduísmo, mas os cristãos permaneceram firmes. Essa recusa fez com que eles fossem atacados.
“Eles amarraram nossas mãos e pernas com uma corda”, disse Joginder Bhuya, um cristão que falou à organização International Christian Concern.
“Todas as mãos e pernas dos homens foram amarradas com a corda. Dessa forma, eles podem ter pensado que não poderíamos nos defender. Eles também se comportaram mal com nossas mulheres e as chutaram por todo o corpo. Eles nos deram um soco no rosto e nas costas. Foi uma situação muito patética e desamparadora para nós”, destacou.
Joginder Bhuya é um dos cristãos que foi expulso da aldeia. Ele relata que foi prestar queixa na delegacia, mas teve uma grande surpresa. Os policiais disseram que eles deveriam fugir ou voltar para o hinduísmo.
“Pensei que a polícia estivesse lá para proteger e servir à justiça, mas a polícia falou exatamente o que os fanáticos religiosos nos disseram”, disse Bhuya.
Quando Bhuya foi prestar queixa, na mesma ocasião os aldeões também foram, registrando como se fosse um ato de rebeldia por parte dos cristãos. Infelizmente a polícia não é muito útil nesses casos, pois demonstram apoio aos radicais.
“A polícia tem sido muito relutante e lenta em registrar esses casos envolvendo crimes reconhecíveis, apesar de estar obrigada a fazê-lo sob a Seção 154 do Código de Processo Penal”, diz o cristão. “Mesmo nos casos registrados na polícia, a maioria nunca chega ao tribunal.”