Cabo Daciolo (Patriota) continua movimentando o noticiário sobre política após o final da votação em primeiro turno no último domingo, 07 de outubro. Em pronunciamento, afirmou que no segundo turno não apoiará o candidato petista, Fernando Haddad, assim como também não endossará a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL).
“Quero agradecer primeiro a Deus. Obrigado, Senhor. Glória a Deus. Agradecer a 1,3 milhão de eleitores. Quero deixar bem claro: Daciolo não apoia nenhum deles, nenhum deles. É tudo uma coisa só. Todos eles atuam para a Nova Ordem Mundial”, afirmou o deputado federal, que ficou à frente da experiente Marina Silva (REDE).
“Eu não apoio nenhum deles. Respeito eles, amo eles, mas não apoio ficar 4 anos nas mãos desses homens. Um pregando o ódio, pregando a falta de amor ao próximo, e o outro querendo transformar o Brasil em uma Venezuela. Nenhum dos dois me representa, e eu não vou para o menos pior. Por quê? Porque o Deus que eu sirvo me diz assim: ou você vai ser quente ou você vai ser frio. Morno, não. Porque morno me dá vontade de vomitar”, acrescentou o candidato, durante uma transmissão ao vivo.
Profecias
Assim como Jair Bolsonaro, Daciolo compartilha de suspeitas sobre as urnas eletrônicas, que considera “fraudulentas”, e que irá mover uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para pedir que o pleito do último domingo seja anulado, para que uma nova eleição seja realizada com votação “em cédula”.
“Meu Deus é maior. Eu vou ser o próximo presidente da República para honra e glória do senhor Jesus Cristo”, declarou o candidato derrotado.
Essa afirmação de Daciolo vem num momento em que uma profecia feita por ele durante uma sessão do Congresso Nacional, em 2017, está sendo relembrada por conta do resultado da votação do último domingo.
Na ocasião, em que deputados e senadores participavam de uma votação mista, Daciolo dirigiu-se ao senador Eunício Oliveira (MDB), presidente do Senado, para dizer que o “governo dos ímpios” cairia, com Eunício incluso. Em 2018, candidato à reeleição pelo Ceará, Eunício Oliveira não conseguiu um novo mandato.
“Eu tive o desprazer hoje de presenciar em vários momentos o senhor debochando do Congresso Nacional. Em vários momentos o senhor debochou do Congresso Nacional e quando você debocha do Congresso Nacional, você debocha do povo brasileiro”, disse Daciolo na ocasião. “Eu quero decretar a queda do governo dos ímpios e quando eu falo a queda do governo dos ímpios, presidente Eunício, eu estou falando a queda de vossa excelência”, acrescentou.
A derrota de Eunício Oliveira se deu por menos de 12 mil votos. Ele perdeu a segunda cadeira no Senado para Eduardo Girão (PROS), que obteve 1.325.786. O primeiro colocado, Cid Gomes (PDT), obteve 3.228.533. Com esse resultado nas urnas, encerra-se um ciclo de 20 anos com eleições consecutivas para Eunício Oliveira, que foi eleito deputado federal em 1998 e desde então vinha obtendo mandatos para o Parlamento. Em 2010, ele havia sido eleito senador.
Centavo
O jornal O Globo fez uma comparação entre o desempenho de Henrique Meirelles (MDB) e Cabo Daciolo, avaliando o custo de cada voto obtido pelos candidatos derrotados à presidência da República.
O ex-ministro da Fazenda investiu R$ 53 milhões na campanha do próprio bolso, já que é dono de uma fortuna estimada em R$ 377 milhões. Nas urnas, obteve 1.288.948, o que estabelece um custo de R$ 41 por cada voto.
Já o cabo do Corpo de Bombeiros e atual deputado federal declarou R$ 808 de despesas de campanha e conseguiu 1.348.323 votos, com um custo de menos de um centavo por voto – mais especificamente R$ 0,0005.
O primeiro colocado, Jair Bolsonaro (PSL), teve o segundo melhor desempenho: foram 2 centavos por voto, pois conseguiu 49 milhões de eleitores, tendo gasto R$ 1,2 milhão. Já Fernando Haddad, seu adversário no segundo turno, gastou R$ 0,38 por voto, num total de pouco mais de R$ 11,9 milhões.