As eleições presidenciais no próximo ano vêm se desenhando como um cenário de pulverização da opinião pública, o que contradiz a ideia de polarização que muitos analistas políticos com tendência à esquerda pregam. E a mais recente pesquisa do Instituto Datafolha comprova isso.
Divulgado na última segunda-feira, 23 de outubro, pelo jornal Folha de S. Paulo, o levantamento foi feito 2.272 pessoas e mostrou que, entre os evangélicos, Marina Silva (REDE) e Jair Bolsonaro (PSC-RJ) contam com a preferência para ser o próximo presidente da República.
No cenário em que o ex-presidente Lula (PT) não é candidato – hipótese real por ter sido condenado a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro -, e sem o estímulo ao entrevistado, a ex-senadora Marina Silva tem 27% das intenções de voto entre os evangélicos, e Bolsonaro, 23%.
Em comparação com o levantamento sem o recorte por eleitores evangélicos, sem Lula na disputa, Marina teria 23% dos votos, e Bolsonaro 18%. A conclusão do Datafolha é que, diante do levantamento, pode-se dizer que os evangélicos rejeitam mais Lula e menos Bolsonaro e Marina do que a média da população em geral.
A rejeição a Lula, no geral, é de 42%, contra 46% se forem considerados os dados relativos apenas aos evangélicos. Já Marina Silva, provável candidata à presidência, tem 26% de rejeição do público em geral, mas essa antipatia é de 21% no meio evangélico. O mesmo ocorre com Bolsonaro: 33% no geral e 27% entre os religiosos da tradição protestante.
Com Lula
Se o petista entrar na disputa pelo Palácio do Planalto em 2018, ele lidera as intenções de voto em todos os grupos, porém com uma maior penetração entre os católicos: 40% dos fiéis da Igreja Católica votariam no ex-presidente, enquanto entre os evangélicos, Lula teria 32% dos votos.
Nesse cenário, Bolsonaro é o segundo com maior apelo entre os evangélicos: tem 21% das intenções de voto, contra 17% de Marina Silva.
A pesquisa também aventou a possibilidade de voto em um candidato ateu: apenas 41% dos entrevistados alegaram votar em um político que admitir que não acredita em Deus, com 52% descartando essa hipótese.