Os registros de candidatura às eleições de 2014 começam a revelar quanto os parlamentares eleitos em 2010 enriqueceram durante o atual mandato. No Rio de Janeiro, por exemplo, alguns dos deputados que possuem ligações com igrejas cristãs estão na lista dos que mais tiveram aumento de patrimônio.
O deputado federal e candidato a governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PR) teve uma evolução patrimonial chamativa, crescendo de aproximadamente R$ 80 mil em posses declaradas em 2010, para mais de R$ 303 mil em 2014, um salto de 378%.
Já o crescimento patrimonial do polêmico Jair Bolsonaro (PP) – que embora seja católico, tem profundas ligações com a bancada evangélica, inclusive atuando por muitos projetos em comum – foi menor: R$ 150%. Em 2010, o ex-militar declarou ter R$ 826 mil em bens, e agora em 2014 já admite somar R$ 2.074 milhões. O jornal O Dia destacou que entre os novos bens de Bolsonaro estão um micro-ônibus no valor de R$ 89 mil e uma moto náutica avaliada em R$ 46 mil.
Na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o deputado Marcos Soares (PR), filho do missionário R. R. Soares, apresentou um crescimento patrimonial de 346%, saltando de 233 mil para R$ 1.041 milhão.
O principal antagonista da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, o ativista gay Jean Wyllys (PSOL-RJ) mais que triplicou seu patrimônio desde que foi eleito, somando 222% de crescimento. Em 2010, Wyllys já havia vencido o reality show Big Brother Brasil, com prêmio de R$ 1 milhão, e declarou possuir bens em torno de R$ 400 mil. Agora, com a compra de um apartamento de R$ 760 mil em Copacabana, seu patrimônio teve um crescimento notável.
Em sua página do Facebook, o parlamentar tentou minimizar seu crescimento patrimonial: “Dos R$ 760.000 de evolução patrimonial pela compra do apartamento da rua Belford Roxo [em Copacabana], eu ainda devo R$ 713.184,07 aos bancos pelo financiamento contratado. Como milhares de brasileiros, adquiri um imóvel financiado pelo banco e ainda passarei muitos anos pagando as parcelas, por um valor semelhante ao do aluguel que pagaria se ainda alugasse”, afirmou.
O bispo licenciado da Igreja Universal, Marcelo Crivella, também candidato ao governo do Rio de Janeiro, foi um dos poucos políticos que tiveram uma diminuição em seus patromônios, no caso 1%.