A tragédia do desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, em São Paulo, mobilizou a Junta de Missões Nacionais (JMN), responsável pelo projeto Cristolândia, a ajudar as famílias desabrigadas, assim como a Igreja Universal. E o pastor da Igreja Luterana atingida pelos destroços espera que Deus aponte um caminho para os dias que vêm pela frente.
O incêndio seguido de desmoronamento expôs algumas verdades indigestas dos movimentos sociais que existem sob o argumento de lutarem por moradias populares. Como as atenções das autoridades, mídia e população se voltaram para a situação, descobriu-se uma verdadeira máfia, que explorava aluguéis em prédios invadidos, com movimentação financeira na casa das dezenas de milhares de reais.
Nesse contexto, a JMN está se propondo a ajudar os desabrigados com o básico para a sobrevivência: água, comida, roupas e itens de higiene: “Dezenas de pessoas estão desabrigadas neste momento. As autoridades ainda não confirmaram o número de feridos. Missões Nacionais e organizações parceiras estão no local prestando assistência às famílias. Estamos recebendo doações que serão destinadas às vítimas desta tragédia”, informou a entidade em nota publicada no Facebook.
“Ministre compaixão e graça aos desabrigados. Doe alimentos não perecíveis, roupas, itens de higiene e cobertores. Junte-se as equipes que atual no local. As doações poderão ser entregues na unidade da Cristolândia – SP, aos cuidados dos missionários responsáveis: Pr. Elbio e Adilene Marquez”, acrescenta a nota.
Um vídeo com a equipe do projeto Cristolândia no Largo do Paissandu, em frente ao local do desabamento, mostrou os voluntários convocando as pessoas que tiverem oportunidade de ajudar: “Nós vamos fazer uma ação […] Precisamos fazer uma ação efetiva. Tem muita gente solidária ajudando […] Nós vamos trazer marmitex à noite para cá, para dar alimento a essas pessoas que estão aqui, e queremos convocar os pastores a virem para cá para trazer uma palavra de consolo”, afirmam os líderes da iniciativa.
A Igreja Universal do Reino de Deus também mobilizou uma grande equipe, com cerca de 500 voluntários, para colaborar com os desabrigados. De acordo com informações do G1, os fiéis prestam apoio ao trabalho dos soldados do Corpo de Bombeiros fornecendo água, isotônicos e alimentos para que eles possam suportar as altas temperaturas do local. “A ajuda será fornecida, ininterruptamente, enquanto for necessária”, informou o portal.
Caminho
O pastor Frederico Carlos, dirigente da congregação da Igreja Luterana de São Paulo atingida no desabamento, espera que os próximos dias revelem uma intervenção divina: “Espero que Deus mostre um caminho no meio da tragédia”, disse.
“Eu vi aquele prédio cair, mas agora que estou vendo a dimensão do estrago pela televisão. Mas o estrago material, claro que nos preocupamos, mas o maior problema é a vida, são as pessoas. Uma tragédia anunciada, sempre se falava do risco que corria esse prédio”, explicou. “Era uma tragédia que estava escrita, uma hora ia acontecer. A situação era bastante crítica, fios expostos, esgoto a céu aberto. […] Muitas crianças, pessoas boas conhecidas da gente”, acrescentou, lamentando.
Segundo Frederico Carlos, o templo havia passado por uma restauração interna e a congregação vinha “levantando orçamento para a parte externa”, mas o acidente mudou toda a realidade.
“Todo o telhado da igreja foi comprometido, o forro de madeira original de 1908, a parede direita com vitrais que foram confeccionados por um dos maiores vitralistas do Brasil. Foram preciosidades artísticas que se perderam. 80% no mínimo do prédio [foi atingido]. Não sei como está o órgão de 1000 tubos, da mesma idade da igreja”, lamentou.