Uma entidade cristã está promovendo uma campanha de conscientização para alertar os pais sobre os danos que o uso precoce de redes sociais podem causar em crianças. A iniciativa partiu depois que duas meninas morreram por realizarem p “desafio do apagão” no TikTok.
Os pais moveram um processo contra o TikTok por acharem que a empresa se omitiu ao não limitar ou impedir a circulação do vídeo com o “desafio do apagão”.
A entidade Social Media Victims Law Center (SMVLC) entrou com uma ação civil contra a rede social e sua empresa-mãe, ByteDance Ltd., em um tribunal do condado de Los Angeles, Califórnia (EUA).
A SMVLC está representando as famílias de Lalani Erika Walton e Arriani Jaileen Arroyo, as duas meninas que morreram enquanto tentavam cumprir o desafio viral conhecido como “desafio do apagão”.
Usuários compartilham vídeos retratando seu auto-estrangulamento até perderem a consciência. Lalani e Arriani, de oito e nove anos, respectivamente, morreram enquanto tentavam fazer o desafio.
Os pais afirmam que seus filhos ficaram viciados no TikTok e que a plataforma promovia conteúdos que influenciavam as crianças a se prejudicarem, de acordo com informações do portal The Christian Post.
Cilada
Paul Asay, da organização cristã Focus on the Family, que ajuda os pais a se atualizarem sobre os conteúdos populares da mídia e redes sociais, comentou a situação alertando sobre os riscos do TikTok:
“A mídia social é projetada para ser viciante, de certa forma – projetada para manter seus usuários envolvidos o maior tempo possível. E, como essa história trágica ilustra, o conteúdo encontrado nesses sites pode ser prejudicial, perigoso e mortal – especialmente para crianças”, resumiu.
No processo, a entidade SMVLC observa que o algoritmo do aplicativo serve como “um sistema de recomendação que fornece conteúdo para cada usuário que provavelmente será de interesse para esse usuário em particular”, pontuando que o conteúdo que aparece para “cada pessoa é único e adaptado a esse indivíduo específico”.
De acordo com a denúncia, o TikTok determinou que os vídeos que mostravam o desafio do apagão eram apropriados para usuários jovens e alimentaram seus filhos com um fluxo de vídeos de desafio, persuadindo-os a participar.
Os pais de ambas as meninas também alegam que a empresa não fornece avisos adequados para dissuadir os usuários jovens ou informar os pais sobre as qualidades viciantes do aplicativo ou a presença de desafios perigosos.
O processo busca indenização do TikTok por seu formato direcionar as crianças para vídeos como os que suas filhas assistiram.
O SMVLC alegou ainda que o TikTok “resulta em um produto viciante que não é seguro para os usuários e falha em avisar os menores e seus pais que o TikTok é viciante e envia conteúdo nocivo”.
“Quando seus filhos começarem a se envolver com as mídias sociais, certifique-se de se envolver com eles: defina parâmetros sensatos sobre quanto tempo eles passam nas mídias sociais (e com quem eles o gastam). Fale com eles sobre seus perigos. E acima de tudo, mantenha as linhas de comunicação abertas. A mídia social é de fato um grande e poderoso influenciador – mas mães e pais são ainda mais influentes”, aconselhou Paul Asay.