A Igreja Universal do Reino de Deus demitiu e denunciou um grupo de 12 pastores por suspeita de desvio dos dízimos e ofertas. O principal investigado chamou atenção por acumular patrimônio incompatível com sua renda.
A denúncia feita pela Universal ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) da Polícia Civil tem como figura central o ex-pastor Nei Carlos dos Santos, que era responsável pela regional da instituição no Distrito Federal.
A renda de Nei Carlos, enquanto pastor da Universal, era de R$ 2,9 mil mensais. Em 2020, ele trocou a casa humilde em Samambaia (região do DF) por um apartamento de luxo na Asa Norte de Brasília, uma área nobre, no valor de R$ 2,6 milhões, além de outros três carros, somando R$ 248 mil.
As investigações até o momento indicam que Nei Carlos financiou o imóvel com parcelas de R$ 87 mil, valor 30 vezes superior ao salário, que se fosse poupado integralmente ao longo dos 23 anos que o ex-pastor atuou pela Universal, ainda seria insuficiente para comprar o apartamento.
De acordo com informações do portal Metrópoles, o esquema milionário de desvio de dízimos e ofertas envolveu, no mínimo, R$ 3 milhões. A principal desconfiança é que os valores eram desviados do evento “Culto dos 318”, reunião que atrai empresários e pessoas que desejam melhorar suas vidas financeiras.
Nei Carlos dos Santos e os outros 11 ex-pastores também são suspeitos de manterem ligação com um investigado da Polícia Federal chamado Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como Faraó dos Bitcoins.
Ele foi preso em agosto deste ano após movimentações bilionárias, e a PF desconfia que os recursos iniciais usados tenham sido obtidos através de desvios de doações dos fiéis da Universal.
À polícia, os advogados da instituição liderada pelo bispo Edir Macedo disseram que uma das exigências feitas aos sacerdotes é a dedicação integral à atividade religiosa, com a garantia de que as necessidades básicas dos que aceitam a nomeação sejam atendidas, mesmo que “sem qualquer tipo de luxo ou ostentação”.