A maior rede de clínicas de aborto dos Estados Unidos é constantemente acusada de adotar postura antiética nos mais diversos aspectos que envolvem a indústria da morte de bebês. Agora, uma ex-diretora, expôs a chantagem feita com mães imigrantes para força-las a abortar.
Mayra Rodriguez, ex-diretora da Planned Parenthood, afirmou que a rede abortista explora a lei de imigração dos Estados Unidos e a ansiedade econômica para encorajar o aborto na comunidade latina, tanto no país quanto no exterior.
Ela trabalhou na empresa por mais de uma década e meia e em certo momento supervisionou três clínicas no Arizona, antes de ser demitida por relatar práticas médicas inseguras.
Mayra foi convidada para fazer uma palestra na conferência anual Democratas pela Vida da América em Columbus, Ohio, no último sábado, 31 de julho, de acordo com informações do portal The Christian Post.
“Por 16 anos, dediquei minha vida à Planned Parenthood. Como imigrante sem documentos, a Planned Parenthood me abriu as portas para o sonho americano. […] Eles me contrataram sabendo que eu não tinha documentos”, disse, recapitulando sua história de envolvimento com a empresa.
Ela disse que foi contratada para “atrair a comunidade de imigrantes sem documentos”, e por considerar o gesto da empresa com ela, se dedicou com afinco ao trabalho, aproveitando para ajudar outras mulheres com questões relacionadas ao tratamento de doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Abortos
Em seu discurso, Mayra Rodriguez contou que durante o tempo em que trabalhou na clínica de aborto, ela mesma não fez nenhum aborto, mas encorajava mulheres que procuravam o serviço da empresa.
De acordo com Mayra, a “comunidade de imigrantes sem documentos” não sabe “nada sobre a Planned Parenthood, assim como eu não sabia”.
Amigos que ela fez nos EUA a encorajaram a pegar o emprego, dizendo que a Planned Parenthood “se importa com as mulheres” e essa seria uma grande oportunidade: “Eles não se importam se você não tem documentos, apenas venha trabalhar”.
Após 16 anos na empresa, ela foi promovida a diretora de aborto na “maior clínica [da Planned Parenthood] no estado do Arizona”. A essa altura, Mayra disse ter compreendido “o engano” da empresa.
Violência sexual e chantagem
Mayra agora reside legalmente nos Estados Unidos e pode observar que muitas mulheres imigrantes ilegais que trabalham nos campos são estupradas por seus capatazes e depois levadas para a Planned Parenthood.
Ela disse que os funcionários da Planned Parenthood dizem aos “imigrantes que eles são bem-vindos lá”, para em seguida, fazer a chantagem: “Não vamos deportá-los, não vamos chamar o ICE sobre vocês. Mas se você carrega seu bebê, vai para o hospital e mora, por exemplo, no Arizona ou Ohio ou outros estados onde existem leis contra pessoas não documentadas muito rígidas, você pode ser deportado”.
“Então, quando você tem isso, o que as mulheres pensam? ‘Oh, não posso ter um filho porque posso ser deportada e posso ser separada dos meus outros três filhos’. Como imigrante, posso dizer que é a pior sensação de todos os tempos saber que você pode ter que deixar este país”, acrescentou Mayra.
A Planned Parenthood, segundo Mayra, está fazendo lobby para legalizar o aborto internacionalmente: “Estamos reduzidos a seis países latino-americanos que ainda são pró-vida porque no resto deles, [os abortistas] conseguiram entrar e se afiliar a organizações nesses países e financiá-las para promover o aborto”, denunciou.
‘Pena de morte para quem ainda não nasceu’
“Leva cerca de 15 a 26 minutos para um aborto. Eles os sufocam e também injetam uma solução salina em seus corações até que o coração pare por 24 horas antes de retirá-los [do ventre] pedaço por pedaço”, explicou. “Portanto, é uma pena de morte para o nascituro”.
Pouco depois de sua promoção, Mayra disse ter começado a mudar de ideia: “Eu percebi todas as atrocidades. Percebi as irregularidades. Percebi a negligência. Percebi todas as coisas que os abortistas da Planned Parenthood escondem das pessoas. E eu reclamei sobre isso”, relembrou.
A retaliação foi imediata, disse ela: “Isso me fez ser demitida e me armar. Sim, fui acusada falsamente de ter narcóticos no meu escritório enquanto estava fora dele”.
Após sua demissão em 2017, Mayra Rodriguez levou a Planned Parenthood ao tribunal e ganhou um processo em 2019 contra a empresa por rescisão indevida de acordo com a Lei de Proteção de Denunciantes.
Agora, ela se define como “uma ativista pró-vida dedicada”, ligada ao grupo pró-vida “And Then There Were None”, e comprometida em falar “contra a Planned Parenthood e os perigos do aborto, não apenas nacionalmente, mas em todo o mundo”.
“Precisamos parar o negócio da Planned Parenthood e de outros abortistas que atacam nossas mulheres e perseguem nossas comunidades de imigrantes e comunidades minoritárias”, resumiu.
Outra frente de atuação, segundo ela, é contar às jovens mães que ter um filho é “uma bênção”: “[Existem] obstáculos. Não estou dizendo que ser mãe tem sido fácil, e rosa e só cores. [Mas] é também a maior bênção da minha vida”.