O Ministério Público do Estado de Pernambuco negou o pedido da Arquidiocese de Recife e Olinda de impedir a distribuição gratuita da pílula anticoncepcional de emergência, conhecida como pílula do dia seguinte.
A Pastoral da Saúde da arquidiocese queria impossibilitar que o anticoncepcional, considerado abortivo pela Igreja Católica, fosse distribuído pelo sistema público de saúde do Estado, não só no período do carnaval, mas em todas as épocas do ano.
A polêmica começou quando as prefeituras de Recife, de Olinda e de Paulista anunciaram que distribuiriam a pílula do dia seguinte durante o carnaval, iniciativa criticada pelo arcebispo, dom José Cardoso Sobrinho.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, criticou a postura da arquidiocese de ingressar na Justiça, pois a iniciativa das prefeituras pernambucanas de distribuir a pílula do dia seguinte é uma questão de saúde pública e não religiosa, alegou.
Referindo-se ao ministro, o arcebispo declarou que “nós, pastores da Igreja Católica, temos a obrigação de proclamar a lei de Deus. O que o governo está gastando, começando lá na Presidência, poderia ser usado para alimentar os pobres das favelas. Na nossa leitura, estão violando um direito fundamental dos neonascidos e induzindo o povo a praticar o mal”, disse.
Temporão afirmou que a igreja se afasta dos jovens com esse tipo de postura. “Quem faz mal para os jovens é quem está difundindo o mal, induzindo os jovens a praticar sexo à vontade, gastando dinheiro para eles usarem camisinha, violando a lei de Deus”, rebateu o arcebispo.
Fonte: Editora Ultimato