Leia o relato da Pra. Ana Paula sobre a última viagem para Goiânia.
Parte I
Agosto 6, 2008
“Este fim de semana estivemos em Goiânia, e para mim, foi uma viagem muito confirmadora. É impressionante perceber Deus falando por meio de diversas situações `a nossa volta. Ele está sempre falando, Se revelando, aos ouvidos sensíveis à Sua voz.
Quando saímos de BH fui ao lado da Zê no avião, e aproveitamos para colocar os assuntos em dia, e diante do Senhor apresentar nossas petições, pois há muitos desafios diante de nós. E a partir de então, olhamos uma para a outra para diversas vezes, pois o Senhor vinha trazendo Seus sinais e confirmações da Sua maravilhosa e perfeita vontade.
Assim que o avião aterrissou em Brasília uma música tocou e uma cantora foi entrevistada. Até ali o Senhor falou conosco, e rimos bastante disso! E ao desembarcarmos, no corredor do aeroporto, um irmão chileno me parou e disse que preciso ir ao mundo espano, pois no Brasil já há cantores demais, e fora do país estão clamando por nós! O que ele não sabia era que estamos prestes a lançar nosso primeiro CD em espanhol em todo o mundo (na realidade ele já está disponível, mas agora estamos como uma nova forma de atingir as nações)! E acabamos de gravar um clipe de “En los brazos del Padre”. E o Senhor estava nos confirmando nisso! Aliás, não paro de receber notícias de portas abertas para o ministério que o Senhor me deu entre as nações.
Quando pegamos o vôo para Goiânia e descemos lá, ainda no aeroporto fui recebida por um irmão que me perguntou se estávamos planejando ir ao Japão.
Eu lhe disse que não, mas que estamos indo para um lugar bem próximo, a 40 km do Japão, na Rússia, em uma ilha chamada Sakhalin. Para nossa surpresa mútua ele me disse que já esteve lá, e me perguntou o que vou fazer em um lugar tão pobre e deserto como Sakhalin! Ele morou por 15 anos no Japão, e por isso já foi àquela parte da Rússia.
Eu contei a ele sobre o Congresso de Louvor em Moscou e sobre a dificuldade de os irmãos que moram naquela região tinham de participar, e sobre como os pastores me convidaram a voltar em Novembro para alcançarmos a Igreja mais distante na Rússia. Qual a possibilidade de encontrar alguém que já tenha ido a Sakhalin? Essa certamente foi outra confirmação e encorajamento surpreendentes, pois para irmos temos enormes desafios financeiros e renúncias. O clima lá estará em torno de menos 30 graus! E preciso muito levar meu filho e alguém para ajudar a cuidar dele, pois serão 15 dias fora, e este será um semestre de muitas, muitas viagens… (aliás, preciso da provisão de Deus para levar meu filho em todas as viagens internacionais, pois são muitas e muito longas).
E os encontros providenciais não acabaram. Várias pessoas vinham a mim conversando e mal sabiam que estavam sendo usadas por Deus…
Parte II
Ainda no avião, indo para Goiânia, um dos assuntos que eu e a Zê compartilhamos foi sobre o chamado do Senhor para ajudarmos crianças em situação de risco. Sei que já temos vivido isso no Abrigo em BH e no Projeto Ashastan na Índia, mas há muito mais para ser feito. Em especial a Zê está envolvida em um projeto para ajudar mulheres com gravidêz indesejada. Todo o apoio será dado para que elas não abortem os bebês, mas tenham as crianças, e isso levará à uma casa lar para muitos bebês que, ou serão adotados, ou morarão conosco (para mais informações sobre como ajudar, fale na secretaria da intercessão – 31-3423-3530).
E foi então que, à tarde, chegou às minhas mãos um jornal da cidade contando a história de uma menina, Lucélia, de 12 anos, que foi encontrada pela polícia amordaçada, com pés e mãos amarrados, e com vários sinais de agressão física. A libertação de seu cativeiro foi notícia em todo o país, e a matéria terminou com as palavras que recentemente a menina escreveu em seu diário: “Nunca deixe alguém dizer que não é querida. Antes de você nascer Deus sonhou com você”…
Mal podia acreditar que o Senhor estava usando uma canção minha para alcançar o coraçãozinho dela, para ajudar em sua restauração. Oramos por ela e até antes do evento eu perguntei à Zê se não deveríamos tentar que ela fosse, e também as outras crianças da instituição onde ela está morando, pois são todas meninas com histórias semelhantes, de abuso e violência. O irmão que nos recebia disse que a Justiça estava protegendo a menina muito rigorosamente, pois ela havia se tornado bastante conhecida e seria difícil ter acesso. Desisti da idéia, mas ela não saia da minha mente.
Na ministração o Senhor me levou a entregar a palavra de Isaías 58 e 59.
Um chamado ao arrependimento para o povo de Deus, que se aproxima dEle religiosamente, mas não Lhe oferece a consagração que realmente O agrada. O Senhor diz que a verdadeira religião é fazer o bem, e nestes textos há uma tremenda confissão da maldade nacional. Perguntei à Igreja se chorava, ou ao menos fazia uma oração, ao assistir na TV notícias tão terríveis, como a da jovem britânica que foi esquartejada pelo namorado ali mesmo em Goiânia, ou a criança encontrada no cativeiro de tortura. Depois disso, todos nos ajoelhamos e houve pranto, e confissão de pecados em uma oração coletiva.
Depois deste quebrantamento, a glória do Senhor Se manifestou poderosamente naquele lugar, e todos foram imersos na presença santa de deus. Eu podia ver nos rostos daqueles milhares de jovens, uma transformação acontecendo, um encontro com Deus. Não havia mais distração. Parecia que todos estavam diante de Deus. O temor do Senhor tocou até alguns namoradinhos que estavam bem na minha frente. As expressões de adoração que vi, tanto as mais evasivas como as mais contidas, me tocaram profundamente.
Havia gente chorando, rindo, cantando com todas as forças, mas também havia gente quietamente de olhos fechados, sem abrir a boca, em contrição interior. Foi tremendo. Os brados de vitória que se ouviram me faziam lembrar as passagens das Escrituras, quando o povo de Deus se fazia ouvir à distância em júbilo por grandes vitórias! Verdadeiramente havia muita glória, presença de Deus, naquele lugar. Ao final, uma dança de celebração rompeu inesperadamente, e nos alegramos pelas promessas de restauração de Goiânia.
Ao entrarmos no ônibus para irmos embora, um jovem se aproximou e disse que tinha o contato da menina que eu mencionei no culto. Mal pude acreditar.
Pegamos o telefone dele, e como já era quase meia noite e sairíamos no dia seguinte às 6:30 do hotel, não poderíamos ir vê-la. Mas, para nossa surpresa, ele e sua mãe, e outros irmãos, levaram a Lucélia para se encontrar conosco no aeroporto! Eu mal pude acreditar! Que tremenda oportunidade de amar! Como o Senhor é maravilhoso!
Ao abraçar aquela menina eu não queria mais soltar. Foram momentos tão preciosos para mim, tocando alguém que já sofreu tanto, ministrando o amor de Jesus ao seu coraçãozinho… Ali, pudemos orar por ela, pois há muito a curar em sua alma. A diretora da instituição onde ela está disse que ultimamente ela tem estado alegre, mas no sábado chorou bastante durante o dia. Eu entendo que era o mundo espiritual agitado, pois estávamos orando por ela e nos aproximaríamos no dia seguinte! Repreendemos todo espírito de perturbação, pois ela estava t
endo pesadelos à noite, e muito medo. Cremos realmente que o Senhor, que libertou-a do cativeiro natural, completará a obra em sua vida.
Fomos embora maravilhadas com o que o Senhor fez. E além desse encontro, a Zê voltou com uma caixa de presente nas mãos. Ao abrir, era uma linda roupinha de bebê, doada por um casal que está se dispondo a servir no projeto que acolherá muitas e muitas crianças carentes.
O Senhor fez infinitamente mais do que imaginávamos nestes poucos dias em Goiânia, e nossas vidas nunca mais serão as mesmas. Nem as nossas, nem as daqueles que Deus tem colocado em nosso caminho, e que pela Sua graça, tem nos usado para tocar.”
Fonte: Diante do Trono