Poucas situações para um missionário cristão agir são tão arriscadas como em um conflito armado, cenário este que é o casal Marie e Japhin John agora estão vivenciando diariamente com a guerra na Ucrânia. Ambos estão no país que vem sendo atacado há mais de um mês pela Rússia.
Como milhões de ucranianos que resolveram fugir do país para salvar suas vidas, o casal de missionários também pensou em sair. Eles disseram que tudo aconteceu tão rápido que a primeira reação foi guiada por um instinto básico de defesa e autopreservação.
“Nós fizemos nossas malas porque, é como se você estivesse com pressa, e há uma nova situação; de repente, você acorda de manhã, ouve o som de bombas, então você está com pressa e você fica tipo ‘Uau! O que está acontecendo aqui?'”, disse Marie.
Quando pensaram em ficar para ajudar a população oferecendo suporte espiritual e humanitário, porém, eles recorreram a Deus. “Não foi uma decisão fácil até orarmos. Mas uma vez que oramos, foi uma decisão muito fácil”, lembrou Japhin.
Marie lembrou que a união do casamento também prevê a fidelidade do casal nos momentos ruins, o que no caso deles tem sido a guerra na Ucrânia. Os missionários passaram a ver o momento como uma oportunidade de testemunhar a fé em Cristo aos outros que não tem esse conhecimento.
No país, Marie e Japhin John se uniram a muitos outros missionários, pastores e evangelistas que estão usando todos os recursos possíveis para oferecer abrigo, alimentação, roupas e acolhimento espiritual à população em guerra.
Muitas crianças, por exemplo, ficaram órfãs porque perderam os seus pais, mortos no campo de batalha. O casal de missionários está ao lado do grupo Jovens Com uma Missão, em Kiev, capital da Ucrânia que vem sendo cercada pelos russos.
“Nós também estamos, como o compromisso no casamento, dizendo ‘nos bons e nos maus momentos’, não estamos aqui apenas tentando causar impacto quando os tempos são favoráveis. E quando todos estão saindo, este é o momento em que realmente precisam ficar”, disseram à CBN News.
Katarina, uma outra missionária da JOCUM que também está em Kiev, disse acreditar Deus lhe “abriu a porta” para cumprir a missão de testemunhar o amor de Cristo na zona de conflito, algo que ela tem feito voluntariamente.
“Não estou dizendo que foi Deus quem me obrigou a ir para a zona de guerra, ou é que de alguma forma eu não tive escolha, eu tive escolha, essa foi minha escolha. Minha escolha foi vir aqui, e Deus abriu a porta”, disse ela.