Na República Islâmica do Paquistão, ou simplesmente Paquistão, como é mais conhecido o país localizado no Sul da Ásia, uma oferta de emprego chamou atenção da sociedade no começo deste mês, após ela ser destinada especificamente para os cristãos.
Se tratava de vagas de trabalho para limpadores de esgoto, um emprego como qualquer outro, mas que certamente não chamaria atenção se não fosse destinado apenas para cristãos, em um claro sinal das autoridades islâmicas paquistanesas de discriminação religiosa para com os seguidores de Jesus Cristo.
O anúncio para limpadores de esgoto cristãos, porém, geou forte repercussão, fazendo com que as autoridades paquistanesas resolvessem ampliar a oferta de vagas para o público em geral, a fim de amenizar a polêmica, segundo informações da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).
Esse não foi o único episódio de discriminação contra os cristãos no Paquistão envolvendo ofertas de emprego.
Em uma entrevista concedida à ACN, Joel Amir Sahotra, integrante do governo regional do Punjab, já havia dito que “os muçulmanos não estão preparados para aceitar e dar espaço aos membros das outras religiões, especialmente aos cristãos e hindus”.
Ou seja, trabalhos consideramos de melhor reputação não seriam destinados aos cristãos do Paquistão, mas apenas aos muçulmanos, o que explicaria a “sobra” de vagas para limpadores de esgoto.
“Tenho comigo o anúncio de um departamento oficial, publicado num jornal nacional, em que se pedem varredores. No entanto, apenas não muçulmanos podem se candidatar a essas vagas”, contou Sahotra, exemplificando outro caso de discriminação religiosa no país.
“Não interessa se as pessoas têm estudos, se têm habilitações, pois a única forma de poderem ingressar naquela empresa terá de ser como varredores”, disse ele, destacando que tal critério de seleção, portanto, não se baseia na formação e méritos do candidato ao emprego, mas em sua religião. “É uma injustiça. Temos uma sociedade baseada na desigualdade”, completou.