A Reforma da Previdência é um assunto que divide opiniões Brasil afora. Mal explicado pelo governo, que não foca nas consequências da atual dívida e não se esforça para que a proposta ponha fim aos privilégios de setores da sociedade, o tema espinhoso vem causando enorme dor de cabeça ao presidente Michel Temer (PMDB).
Na última segunda-feira, 15 de dezembro, Temer recebeu o líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, Valdemiro Santiago, para uma reunião em que um dos temas era a reforma. Segundo informações veiculadas na imprensa, o presidente queria ouvir a opinião do líder neopentecostal sobre o assunto, e pedir seu apoio.
No dia seguinte, o presidente recebeu o pastor José Wellington Bezerra da Costa. Nomes de outros líderes evangélicos foram aventados para encontros ao longo dos dias seguintes, como os pastores assembleianos Samuel Ferreira, Silas Malafaia e Samuel Câmara.
Na última quarta-feira, 17 de janeiro, seria a vez de R. R. Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, que não pode comparecer devido a um problema no voo que o impediu de viajar para a capital federal.
Porém, de acordo com informações do jornal Gazeta do Povo, o presidente da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR), a iniciativa de Temer não é por convencimento sobre a Reforma da Previdência, e sim, uma busca por apoio espiritual.
“A vinda dos pastores se dá por causa do começo da legislatura. É o último ano do presidente e, possivelmente, ele está convidando os pastores para orar por uma boa legislatura, por um bom trabalho”, afirmou Takayama, que também é pastor.
“Não é moeda de troca”, disse Takayama, ao argumentar que o presidente nem sequer mencionou a Reforma na reunião que teve com ele, na terça, 16. “A gente está atuando nessa questão da reforma por entender que, se o Brasil não fizer a lição de casa, vai acontecer o que já aconteceu: cair na confiabilidade internacional. Vou ser franco a você, claro, com a força de expressão: nós nem precisamos de emendas”, acrescentou.
No entanto, um dos cotados pela mídia para ser recebido pelo presidente Michel Temer negou que aceitaria o convite, caso recebesse: “Sou a favor de uma Reforma da Previdência que não privilegie grupos, que seja justa. Não essa que está sendo proposta”, escreveu o pastor Silas Malafaia no Twitter.
INFORMAÇÃO IMPORTANTE > Não tenho agenda com o presidente, muito menos dei apoio a reforma da previdência.Jornal folha de SP esta enganado.
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) 15 de janeiro de 2018