Kleber Lucas vem sendo alvo de comentários agressivos nas redes sociais por conta de suas manifestações ao longo dos últimos meses, em especial à participação em uma cerimônia em um terreiro, onde cantou uma música secular ao som de atabaques.
O cantor, que é pastor da Igreja Batista Soul, no Rio de Janeiro, afirmou que não tem dado audiência às críticas, que muitas vezes o definem como um “endemoniado”.
“Eu sabia o desafio que representava participar de um evento dessa natureza, em um terreiro. O espaço foi escolhido exatamente para ser um demarcador, para mostrar que somos contra a intolerância. Não fui lá para prestar um culto, mas para participar de um ato solidário. Quando a coisa foi para a mídia, tomou proporções muito grandes. Mas se você se propõe a ler essas coisas, você adoece. Não posso me propor a ler essas coisas aterradores, mas, para mim, é sintomático ver a reação negativa partindo de tantas pessoas”, declarou, em entrevista ao jornal Extra.
Meses antes, Kleber Lucas havia cantado a música Epitáfio, dos Titãs, durante um culto, e pouco tempo depois, nas celebrações do aniversário de três anos da congregação que dirige, causou estranheza ao convidar o padre Fabio de Melo para pregar no culto. De acordo com o cantor, as reações foram amplamente negativas.
“Foi um caldeirão de hostilidade. As pessoas questionavam como um pastor evangélico podia levar um padre para falar na igreja dele. Foi maravilhoso. O acolhimento do padre foi tal que quebramos o protocolo que tínhamos programado. Em determinado momento ele sairia da programação, mas gostou tanto que acabou ficando até o final. Ele nos respeitou e foi respeitado por todos”, comentou.
Recentemente, o cantor e pastor desabafou nas redes sociais ao afirmar que havia sofrido racismo da parte de um líder evangélico, anos atrás. Nesta entrevista, Kleber Lucas contemporizou: “Não me ofendeu tanto porque, a essa altura, eu já sabia quem eu era e qual era o meu lugar. Então, pelo contrário, aquilo me fez tomar a decisão de seguir meu caminho, graças a Deus. Não fiquei aprisionado na fala de um poderoso religioso”, resumiu.
Ao final da entrevista, o cantor disse que apesar das ofensas, também recebeu gestos de solidariedade por sua iniciativa de participar do evento no terreiro: “Nem todo cristão faz intolerância. Independentemente do credo, nós podemos e devemos ter uma convivência pacífica. A religião se propõe, em primeiro lugar, a uma conexão com o sagrado, e em segundo, a uma conexão com seu próximo. Preciso respeitar a fé do meu irmão”.