Uma das maiores histórias de todos os tempos teve uma nova reviravolta em Hollywood.
James Cameron, o diretor de Titanic, é o produtor executivo de um novo documentário que reivindica ter descoberto evidência fresca confirmando um dos episódios mais dramáticos do Velho Testamento: a divisão do Mar Vermelho e o êxodo judeu do Egito.
Em The Exodus Decoded (“O Êxodo Decodificado”), um documentário de 90 minutos que será exibido na América este mês, Cameron e Simcha Jacobovici, o produtor canadense de filmes, contam que uma erupção vulcânica no arquipélago grego de Santorini ativou uma cadeia de catástrofes naturais registrada na Bíblia como as “10 pragas” que Deus enviou ao Egito como castigo por escravizar os judeus.
Cameron acredita que a divisão do Mar Vermelho pode ter sido um tsunami que destruiu o exército do faraó quando perseguiam os judeus em fuga. O documentário diz que o episódio não aconteceu no Mar Vermelho exatamente, mas no pequeno Mar de Juncos, uma área pantanosa no fim do norte do Golfo de Suez. Um terremoto subaquático pode ter libertado gases venenosos que tornaram as águas em vermelho.
Jacobovici disse que “a sabedoria comum é de que não há um único pedaço de evidência arqueológica que apóia a história bíblica do Êxodo”. Até estudantes judeus concordaram relutantemente que esse episódio central à sua fé — comemorado a cada ano pela Páscoa — nunca pode ter acontecido.
Ainda assim, Cameron e Jacobovici afirmam ter revelado mais do que uma dúzia de relíquias arqueológicas que sugerem que o êxodo aconteceu três séculos mais cedo que os estudantes bíblicos calculam. Pela reinterpretação em arte dos museus em Luxor, Cairo, Atenas e em outros lugares, Jacobovici data o êxodo perto de 1.500 AC.
Esse período tem a ver com o tempo em que alguns geólogos acreditam que o vulcão de Santorini, a 650 km ao norte do Egito, entrou em erupção no mediterrâneo oriental. Os cientistas e historiadores especularam há muito tempo que as “10 pragas” sofridas pelo Egito poderiam ter sido conectadas dentro de um “efeito dominó” de causas naturais.
O website do documentário argumenta que uma série de terremotos pode ter “desestabilizado o sistema inteiro do Delta do Nilo e resultou em parte no deslize do delta para fora da placa continental africana”. Isto teria elevado o nível de terra ao redor do Mar de Juncos, acreditando assim ter formado um pãntano de água salgada ao redor de El Balah, o já extinto lago.
“Em outras palavras, o mar se abriu” diz o website. “A água teria cascateado de terra alta para terra baixa… proporcionando terra seca pela qual os Israelitas poderiam cruzar. Este evento também teria causado um enorme ‘fenômeno na água’, um verdadeiro tsunami. Se as ondas entraram em meros 12 km no interior da área elas teriam destruído o exército egípcio.”
Os produtores do “Êxodo” acreditam que as águas se tornaram vermelhas através de substâncias químicas liberadas por tremores subaquáticos. Algo semelhante aconteceu em lagos de Camarões, no ano de 1986. Se as águas estivesssem envenenadas, anfíbios saltariam à praia, produzindo assim a praga bíblica das rãs. Quando as rãs morreram, insetos teriam se reproduzido nos corpos delas conduzindo à praga de gafanhotos, pulgas e piolho.
Eles teriam espalhado enfermidades nos homens, feridas e doenças nos animais. Isso também teria ameaçado colheitas, enquanto forçava os egípcios a armazenarem os grãos que poderiam ter mofado então. Comida contaminada poderia responder pela praga das mortes entre os primogênitos egípcios. Condições de tempo geradas pela erupção também poderiam ter causado as pragas das chuvas de granizo e a escuridão.
“São peças individuais que começam a formar um padrão constrangedor,” disse Cameron.
Fonte: Times Online (Traduzido por O Verbo)