Uma escritora que luta contra o câncer há quase sete anos e se dedica a ajudar mulheres na mesma situação, contou seu testemunho sobre essa jornada e a cura da covid-19, que a impôs uma internação de sete dias.
Aos 56 anos, Vania Rozzett, lidera a Associação Muito Além de um Câncer (AMAC), criada por ela para ajudar outras mulheres que estejam abandonadas e precisem de acolhimento durante o tratamento contra a doença.
Vania tomou conhecimento de situações como essa depois que foi diagnosticada com câncer e se sensibilizou. A entidade funciona sem verbas públicas, recebendo doações de igrejas, pessoas e também arrecadando recursos com rifas e venda de livros da fundadora.
“Deus pegou minha dor e transformou em uma missão. A casa serve para ajudar essas mulheres. Lá elas têm cama, kit higiene, acompanhamento psicológico, alimentação, assistência social e apoio espiritual”, disse Vania ao G1, detalhando o trabalho da entidade, que funciona em Teresina (PI) desde 2018, com capacidade para 20 mulheres simultaneamente.
“É uma casa que foi criada com muito amor e propósito, depois de eu ouvir muitas historias de mulheres que eram abandonadas pelos seus maridos. Recebemos as que vem do interior do Piauí e de qualquer parte do Brasil”, acrescentou a escritora.
Testemunho de transformação
Desde que se viu obrigada a lutar contra o câncer, Vania também adquiriu uma perspectiva diferente para enxergar a jornada de existência: “Aprendi a levar a vida com leveza, a vida é um presente. Hoje, para mim, a vida tem um sentido muito mais lindo”.
“Dou valor a coisas mais simples, às pessoas, à minha família, aos meus netos, à minha alegria. Não me permito mais ficar triste, porque a vida é curta, precisamos aproveitar o máximo”, declarou.
O engajamento na ajuda ao próximo sofreu uma curta interrupção, em dezembro de 2020, quando precisou se tratar da covid-19. Fragilizada pelo longo tratamento contra o câncer, Vania teve que ser internada por sete dias.
“Foi um milagre, porque dei entrada com mais de 50% do pulmão comprometido e também sou diabética. Vejo a mão de Deus na minha vida e na minha história. Ainda estou me recuperando, pois fiquei com sequelas, mas meu pulmão já está 86% recuperado”, testemunhou a escritora.
Entretanto, as dificuldades – mais uma vez – não a impediram de compartilhar mensagens de inspiração, força, paz, alegria e fé: a escritora aproveitou o tempo internada para gravar vídeos e publica-los nas redes sociais, com o propósito de alcançar pessoas desalentadas.
“Eu preciso olhar para mim e pensar que Deus está comigo e todo o tempo eu pensava que iria sair bem. Eu pensava que tem pessoas melhores que eu, se olharmos para a dor do outro, vemos que pessoas que estão piores que nós”, finalizou Vania Rozzett.