Organizações e indivíduos estrangeiros não estão autorizados a operar serviços de informação religiosa online dentro do território chinês, de acordo com novas medidas aprovadas em conjunto por cinco departamentos, divulgadas na segunda-feira, 20 de dezembro.
Com o alegado objetivo de padronizar serviços de informação religiosa na internet e “garantir a liberdade de crença religiosa dos cidadãos”, as novas medidas abrangem uma série de regulações. Na prática, a atuação de indivíduos ou organizações estrangeiras na veiculação de informações ou cultos transmitidos online foram proibidos.
Para os cidadãos do país governado pelo regime comunista, a operação de serviços online de informações religiosas deve ser feita sob uma inscrição nos departamentos de assuntos religiosos de sua respectiva província.
Segundo informações do portal Global Times, as medidas estipulam que a pregação online deve ser organizada e realizada por grupos religiosos, templos e igrejas e faculdades religiosas que obtiveram a Permissão de Serviço de Informação Religiosa na Internet.
Esse é mais um passo no processo de “sinicização” do cristianismo tocado pelo Partido Comunista da China, que vem perseguindo as igrejas que se recusam a acatar a interferência do governo, que impõe alterações nos hinos e livros bíblicos.
Os que se inscreverem para receber autorização de veiculação de notícias e cultos devem obrigatoriamente “pregar doutrinas religiosas que conduzam à harmonia social e civilização, e orientar pessoas religiosas a serem patriotas e cumprir a lei, apenas por meio de seus próprios sites especializados na internet, aplicativos ou fóruns aprovados por lei”.
Dessa forma, os cristãos chineses que quiserem se manter usando a internet, serão obrigados a “usar seus nomes reais” e passam a ser impedidos de se posicionar contra o comunismo, ideologia que persegue centena de milhões de cristãos mundo afora.
“Fora isso, nenhuma organização ou indivíduo está autorizado a fazer trabalho missionário online, ou conduzir educação e treinamento religioso, publicar conteúdo de pregação ou encaminhar tal conteúdo. A cerimônia religiosa não deve ser transmitida ao vivo ou gravada online. Nenhuma organização ou indivíduo pode captar recursos em nome da religião na internet, de acordo com as medidas”, acrescenta o portal.
Essas medidas entram em vigor a partir de 1º de março de 2022, e toda a força estatal estarão incumbidas de fiscalizar e investigar “conteúdos religiosos online que incitem à subversão do poder do Estado, violem o princípio de independência e autogestão em empreendimentos religiosos, induzam menores a acreditar na religião“.