O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, antecipou sua aposentadoria e agora há a expectativa de que o presidente Jair Bolsonaro anuncie o nome de seu indicado para a vaga. Assim, aliados evangélicos estariam intensificando a articulação para que o mandatário escolha o juiz Marcelo Bretas, da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro.
Mello deixaria o STF apenas em 01 de novembro, quando completará 75 anos de idade, mas devido a um problema de saúde, ele decidiu pedir aposentadoria por invalidez, deixando o cargo semanas antes da data limite, no dia 13 de outubro. Como benefício dessa escolha, o ministro estará isento de declaração do Imposto de Renda.
Nesse cenário, os aliados evangélicos de Bolsonaro – em especial senadores – têm manifestado o desejo de que o indicado para a vaga de Celso de Mello seja Bretas, responsável por condenações de políticos fluminenses indiciados na Lava-Jato.
Desde 2019 há expectativa sobre esse assunto, já que durante um evento da Assembleia de Deus, o presidente afirmou que escolheria um jurista “terrivelmente evangélico” para uma das vagas que serão abertas no STF. A outra ocorre em 2021, quando Marco Aurélio Mello será aposentado compulsoriamente por conta da idade.
De acordo com informações da CNN Brasil, o nome de Bretas agrada lideranças evangélicas e algumas das pessoas mais próximas a Bolsonaro. Há duas semanas, o juiz da Lava-Jato no Rio de Janeiro foi punido por participar de uma inauguração de obra e um culto ao lado do presidente.
Em maio deste ano, Bretas usou as redes sociais para expressar gratidão por se recuperar do novo coronavírus: “Agradeço por todas as mensagens alusivas ao meu restabelecimento da Covid-19. Muito obrigado”, escreveu, acrescentando uma passagem bíblica: “Quando passares pelas águas, eu serei contigo; … quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque eu sou o Senhor, teu Deus (Isaías 43:2-3)”.