O ritmo de crescimento da população que se declara evangélica pode levar esse segmento a superar o número de católicos em 2032, caso se mantenha no padrão atual. A avaliação é do pesquisador José Eustáquio Alves, um especialistas que trabalhou no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A mudança social representada por essa inversão de maioria religiosa é algo inédito na história do Brasil. Na data estipulada por Eustáquio Alves, o número total de fiéis de cada uma das duas tradições cristãs deve ficar em torno de 90 milhões.
Os últimos dados oficiais do IBGE apontam para aproximadamente 22 milhões de evangélicos no Brasil (22% do total) contra 125 milhões de adeptos do catolicismo (64%), de acordo com a revista Veja.
No entanto, pesquisa Datafolha realizada em 2019 aponta para 31% da população formada por evangélicos, contra 50% de católicos e 10% de pessoas sem religião.
Eustáquio Alves, professor aposentado da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, constatou que o número de brasileiros evangélicos cresce em média 0,8% ao ano desde 2010, enquanto a quantidade de católicos diminui 1,2% no mesmo período. Assim, a progressão geométrica aponta para que cada uma das duas religiões correspondam a cerca de 40% da população em 2032.
Se essa curva de crescimento se mantiver, a partir daquele ano, os evangélicos devem se tornar maioria no país: “Estamos vivendo uma transição religiosa nos últimos anos”, diz Eustáquio Alves, que acredita que a mesma mudança deve ocorrer, em ritmos diferentes, nos demais países da América Latina,
Antes da eventual maioria evangélica, no entanto, outro marco deverá ser estabelecido já em 2022, quando o número de católicos no Brasil deve ficar abaixo de 50% da população pela primeira vez, segundo as projeções de Eustáquio Alves.