O jovem Gilbert nasceu em uma família bastante incomum. No lugar de oferecer bons exemplos, seus pais e o tio eram membros de uma gangue de rua muito violenta, chamada “King Cobras”. Consequentemente, o desejo dele era se tornar um fiel integrante do grupo.
“Eu queria ser aceito por meus tios e minha mãe. Eu queria assumir a tradição de ser um membro de gangue”, disse ele, explicando que se espelhava no comportamento dos familiares. “Eu queria ser rude como eles e ser forte como eles. Roubar, matar. Queria fazer parte disso”.
Após receber um “batismo” de entrada na gangue através de uma sessão de espancamento dado pelo próprio tio, Gilbert iniciou no mundo do crime quando tinha apenas 16 anos, se envolvendo com drogas e nos conflitos com outras facções de rua.
“Usava cocaína e não me importava. Isso era normal para nós. Se não tivéssemos drogas, era simplesmente estranho. Fazia parte da cultura das gangues, usar drogas, ficar chapado e bêbado”, disse ele.
Assim como muitos, Gilbert achava que seria imponente, para sempre durão e que nada aconteceria de mal o suficiente para lhe fazer enxergar o quão frágil essa vida terrena pode ser, até que um dia ele entrou numa briga e foi esfaqueado.
“Eu me lembro de ter sido levado para o pronto-socorro e eles teriam de me costurar. Eu estava muito machucado nas costas. Parei para pensar na vida. Queria mudar, pois já não poderia mais viver desse jeito ou acabaria morrendo”, lembra.
Mudança de vida
Mesmo quando saiu do hospital, Gilbert ainda não havia aprendido a lição. Em seguida ele foi preso por se drogar publicamente. Sem dinheiro para pagar a fiança, pediu a sua namorada, Karen, que por sua vez pediu a mãe dela para ajudar.
A mãe de Karen, no entanto, uma cristã devota, viu que Gilbert e sua própria filha precisavam entregar suas vidas para Deus, foi quando ela teve uma ideia muito inteligente, dizendo que só daria o dinheiro da fiança se os dois fossem visitar a igreja dela.
“E eu lembro de ir. Eu ainda estava de ressaca”, disse Gilbert. “Não prestei atenção ao sermão porque eu estava com medo da mãe de Karen, ela estava cantando no coro. Ela desceu os degraus e achei que ela ia me dar um tapa, mas ela estendeu a mão para mim e isso me chocou”.
No primeiro dia Karen entregou sua vida para Deus: “Eu pensei, ela realmente vai fazer isso? Ela realmente vai seguir Jesus? Como ela fez esse compromisso?”, lembra o namorado, que alguns dias depois voltou para a igreja e resolveu conversar com o pastor, que lhe ensinou sobre o evangelho.
“Ele me disse quem é Jesus e o que Ele fez por nós. E sabendo que esse Deus amoroso morreu por meus pecados, eu estava sentindo tanto peso em meu coração, porque eu nunca havia me arrependido do que fiz. Nunca me senti culpado pelas pessoas que espanquei ou feri, ou quase matei”, disse Gilbert para a CBN News.
“Eu nunca havia chorado tanto. Lembro também de colocar tudo em Deus, pois queria mudar. Não queria mais ter aquele estilo de vida”, lembra ele, destacando que após sair da gangue e decidir começar uma vida nova, a paz do Espírito Santo invadiu o seu coração e lhe trouxe o perdão:
“A maneira que eu senti naquele momento foi com muita paz. Sabendo de tudo o que eu fiz na minha vida, Ele me perdoou naquele momento”.