Um flashmob ousado de uma igreja evangélica terminou em confusão na capital potiguar. A PM interviu após moradores ficarem assustados com o evento, que simulava uma ação criminosa em um dos bairros de Natal.
Jovens da Igreja Evangélica Kerigma, sediada em São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal (RN), simularam um arrastão nas ruas e espaços públicos. O roteiro, inclusive, previa “troca de tiros” com balas de festim.
Os integrantes do grupo usavam armas de airsoft, sem o lacre que identifica que se trata de um equipamento esportivo, rádios comunicadores e simulacros de tornozeleira eletrônica. Tamanha parafernália assustou moradores, que ligaram para a Polícia Militar.
A câmera de uma viatura mostrou o momento que uma equipe de policiais aborda os jovens, até então, suspeitos de estarem praticando crimes. Após abordagem a parte do grupo, os policiais constataram que se tratava de um flashmob para divulgar o trabalho do “Teen Impacto”, projeto de jovens da igreja.
As imagens mostram que depois que os integrantes da simulação de crime são rendidos pela PM, uma pessoa aparece com um cartaz avisando que tratava-se de uma encenação, segundo informações do portal Uol.
O evento do “Teen Impacto” envolveu mais de 300 jovens no bairro Jardins, e a organização do flashmob, feita pela Agência Missionária Impacto Radical, comentou o episódio descrevendo a ação como um “teatro evangélico” com o propósito de conscientizar jovens sobre problemas sociais e combate à violência.
Em sua defesa, os organizadores disseram ter avisado aos moradores, autoridades policiais, prefeitura e outros órgãos sobre a ocorrência do “evento”, além de ter colocado cartazes ao longo de trechos onde o grupo passou, conscientizando que tratava-se de uma encenação.
“O Teen Impacto se dá num formato de teatro evangélico que tem como plano de fundo a guerra entre grupos de traficantes e milicianos, com a simulação e encenação em locais públicos e privados, e a participação de pessoas cristãs caracterizadas (não são bandidos) e, como tal, portando simulacros de armas de fogo inofensivas, drogas falsas, interpretações de violências e gangues”, diz a nota.
Um dos jovens que encenou um bandido na ação estava usando um moletom da torcida organizada do ABC de Natal, o que motivou uma manifestação de repúdio da Garra Alvinegra. Em nota, os torcedores afirmaram que a ação demonstrava um “estereótipo ridículo e preconceituoso de que nossa torcida está associada à imoralidade e criminalidade”.
“Ao contrário da suposta ‘agência’, o nosso grêmio recreativo não age com preconceito e irresponsabilidade em sua comunicação. Nunca, em hipótese alguma, precisamos diminuir ou rebaixar a imagem de A ou B para promover nossas benfeitorias. Pelo contrário: somos capazes de fazer o bem como nosso próprio esforço”, diz outro trecho da nota emitida pela torcida organizada do ABC.