O governo do presidente Jair Bolsonaro é um dos que menos investem em publicidade de utilidade pública comparativamente aos dois últimos mandatários que comandaram o Palácio do Planalto.
E, apesar da ligação próxima que tem com o segmento evangélico, apenas 10% dessa verba foram destinados a emissoras evangélicas ou ligadas a líderes religiosos, como no caso da Record TV.
Pouco mais de R$ 30 milhões foram destinados às emissoras vinculadas às igrejas evangélicas, sendo que a maior parte desses valores foram investidos na Record TV, do bispo Edir Macedo, que ficou com a maior fatia: R$ 28,6 milhões.
O valor, no entanto, se refere a todos os gastos feitos desde o início do governo Bolsonaro, que está próximo de completar 18 meses. O investimento total em publicidade no ano de 2019 foi de R$ 138,7 milhões, contra R$ 304,1 destinado a esse fim pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) em 2018, conforme o Portal da Transparência.
Em 2020, a Record recebeu R$ 1,1 milhão de verbas publicitárias, valor inferior ao pago, por exemplo, ao SBT, que recebeu R$ 1,3 milhão para veicular peças informativas, principalmente do Ministério da Saúde, tradicionalmente a pasta que mais destina recursos para esse fim por conta de campanhas informativas relacionadas a vacinação e prevenção de doenças, por exemplo.
O portal de esquerda A Pública listou que outras emissoras do grupo presidido por Edir Macedo também foram contratadas pelo governo para veicular publicidade. A Record News, que transmite em sinal aberto e também por assinatura, recebeu R$ 1 milhão, e a Rádio Guaíba, de Porto Alegre (RS), recebeu R$ 22 mil.
Outras emissoras ligadas a igrejas evangélicas receberam verbas publicitárias. No caso da Fundação Sara Nossa Terra (Rede Gênesis), foram R$ 741 mil; a Rede Boas Novas, da Assembleia de Deus em Belém (PA), R$ 472 mil; a Fundação Evangélica Trindade (Rede Gospel), da Igreja Renascer em Cristo, R$ 402 mil; e a NossaTV, da Igreja Internacional da Graça de Deus, R$ 1,5 mil.