A cidade russa de Ulan-Ude, na região da Sibéria perto da China, tem temperaturas nesta época do ano de -50C. Isso: menos cinqüenta graus. Esse é o lugar em que nasceu a advogada e pedagoga Janna Razmakhnina, 32 anos.
Ela se mudou para a capital Moscou aos 26 para procurar trabalho e conheceu uma amiga evangélica. Com uma formação de cristã ortodoxa, Janna diz ter encontrado na Bíblia uma nova razão para viver.
Em 2002 ela teve contato com uma organização evangélica mundial, a Jocum (Jovens Com Uma Missão) e abandonou o frio da Rússia para viver no Brasil desde 2006, em Piratininga. “Deixei meus pais na Rússia, mas me senti tocada por Deus e resolvi ser uma missionária”, conta.
A unidade da Jocum em Piratininga, que existe desde 2001, chama-se Vila do Louvor e tem 31 voluntários. No mundo a entidade tem cerca de 20 mil participantes em 135 países.
O trabalho feito por eles é de ajuda humanitária em países com conflitos bélicos ou com graves crises sociais – e também de evangelização através da música, teatro, dança e artes visuais.
Em 2007, Janna e outros jovens da Vila do Louvor estiveram no Uruguai, Timor Leste, Angola e África do Sul para realizarem essas atividades, além de cidades brasileiras como Boa Vista (RR) e Porto Velho (RO).
Já o ex-técnico em telecomunicações Jessé da Silva, 20, largou os estudos e sua mãe em Manaus. “Ela levou um susto, mas depois entendeu.” Jessé foi um dos que estiveram em Luanda, capital da Angola – país em guerra civil de 1975 até 2002. Por um mês o grupo de Piratininga atuou em um orfanato que abriga os órfãos da guerra. “Realizamos ajuda humanitária lá e vamos contar a experiência num documentário.”
‘Currículo’: construção de escola
O diretor da Vila do Louvor é o mineiro Beto Tavares, 45, que conta ter escolhido montar uma base da Jocum em Piratininga pelos amigos que tem na cidade.
Designer de formação e empresário, ele também abandonou tudo. “Tenho prazer de mostrar aos jovens que o mundo é muito maior do que nossa casa”
Morando em Bauru, Marcelo Bueno Júnior, 20, foi um dos jovens que estiveram ano passado no Timor Leste, do outro lado do planeta. Ele conta que ele e seus amigos ajudaram a construir uma escola em Weberek – vila do país sem água e luz. “É uma experiência para toda a vida”, fala.
A Jocum foi criada em 1960 pelo norte-americano Loren Cunningham e atua na mobilização de jovens de qualquer religião, mas predominante evangélicos. Sustenta-se com doações. O Brasil é o 2 país do mundo com mais participantes.
Fonte: Bom Dia Bauru