A visita de Fernando Haddad (PT) e sua candidata a vice-presidente, Manuela D’ávila (PCdoB) a uma missa católica na última sexta-feira, 12 de outubro, terminou em confusão com uma fiel da denominação romana, que repudiou a presença do presidenciável “abortista” no templo durante a celebração.
Haddad e Manuela foram à paróquia Santos Mártires, em São Paulo, e ao final da missa foram abordados por uma mulher que dizia que o petista não deveria estar naquele local. O ex-prefeito paulistano reagiu às críticas dizendo que a fiel é quem dava demonstrações de não crer em Deus.
“Eu sou neto de um líder religioso”, respondeu Haddad, que tem ascendência libanesa e fez referência a seu avô, Cury Habib Haddad, que tornou-se padre da Igreja Ortodoxa Grega de Antioquia após ficar viúvo. “Você deve ser ateia”, acrescentou o petista, criticando a mulher por sua postura logo após a missa, de acordo com informações do Broadcast Político.
Segundo informações da rádio Jovem Pan, a mulher preferiu não se identificar e reiterou suas críticas ao candidato a presidente, dizendo que sua presença no templo era um sacrilégio: “A Igreja Católica não permite. Ele é um abortista, não tinha que estar aqui dentro”, afirmou.
Embora tenha se declarado pessoalmente contra o aborto em entrevista à Folha em 2012, durante sua campanha para a prefeitura de São Paulo, seu plano de governo apresentado para a disputa presidencial em 2018 contém propostas de legalização do aborto no país.
Ateu?
Embora tenha ligações com a Igreja Ortodoxa Grega por parte do avô, e seja filho de uma praticante do espiritismo kardecista, no meio político Fernando Haddad é definido como ateu. O jornalista Augusto Nunes, da revista Veja, inclusive usou essa compreensão coletiva para ironizar a “crença” do candidato a presidente sobre suas chances de vencer a corrida ao Planalto.
“Fernando Haddad botou na cabeça que vai chegar à Presidência da República cavalgando o apoio de Lula. Essa fantasia conduz a três deduções. Primeira: embora ateu, Haddad acredita em milagres; Segunda: Haddad não crê em Deus, mas acha infalível o deus da seita a que pertence; Terceira: a cada eleição, Haddad esquece o que aconteceu na eleição anterior”, criticou Nunes.