José Alberto Mujica Cordano, mais conhecido como Pepe Mujica, é considerado um dos principais nomes da esquerda política na América Latina, sendo visto por muitos um dos líderes mais influentes do continente.
Em uma entrevista recente, o ex-presidente do Uruguai apresentou diversos pontos da sua visão, entre eles críticas ao feminismo e também ao “monoteísmo”.
Mujica criticou o feminismo, uma das principais pautas da esquerda no mundo. O movimento atualmente é visto como uma luta de classe e ferramenta de revolução cultural. Para o líder esquerdista, no entanto, se trata de algo “inútil”.
“Embora o machismo seja um fato e a agenda de igualdade de direitos seja inexequível, a estridência [do movimento feminista] também acaba atrapalhando a causa da mulher, porque cria um antípode queixosa e excita o reacionário da própria sociedade”, disse ele.
“Eu resisto a que o feminismo possa substituir a luta de classes, porque também vejo as classes sociais dentro do movimento feminista”, acrescentou Mujica, destacando que a maioria das mulheres que vivem nas classes mais pobres da sociedade não são acolhidas pelo movimento.
Mujica critica o monoteísmo
Em sua fala, Mujica também disparou contra o monoteísmo, ou seja, religiões que acreditam na existência de apenas um Deus, como o cristianismo, judaísmo e islamismo.
O ex-presidente do Uruguai falava contra o ativismo homossexual, argumentando que a presença de homossexuais no mundo teria sido normal desde à antiguidade, mas que isso teria mudado com o surgimento das religiões monoteístas.
“A história está cheia de arquétipos disso no mundo antigo. Depois, vieram as religiões monoteístas, que acabaram com isso”, disse ele, segundo a Gazeta do Povo. “Onde reina o monoteísmo reina a intolerância”.
Para Mujica, no entanto, o ativismo homossexual atualmente “é uma expressão da estupidez humana”, pois “também há uma coisa de passar para o outro lado e se vingar, em vez de considerar isso algo natural. Agora eles querem mostrar a todos que somos gays”.