A Igreja Unida do Bacon, uma zombaria criada por ativistas ateus há cinco anos, em Las Vegas, Nevada (EUA), alcançou a marca de 12 mil “fiéis da carne”.
No folclore da Igreja do Bacon, a gordura subcutânea do porco defumada é tida como um “deus”, e os rituais celebram a carne suína e a gordura proveniente.
De acordo com informações do jornal Metro, nos últimos meses a “igreja” se tornou uma sensação, atraindo milhares de pessoas.
O fundador da “igreja”, o ateísta John Whiteside, diz que a razão de adorarem a carne de porco é “porque bacon é real“, numa clara provocação à fé em Deus, incompreendida por ele. “Autoridades da Igreja Unida do Bacon podem realizar casamentos legalmente para aqueles que não querem Deus na cerimônia”, provoca um manifesto da “igreja” em seu site oficial.
Para atrair fiéis, os adeptos do “deus bacon” espalham outdoors (foto) e, como consequência, recebem críticas de lideranças religiosas tradicionais.
“Adoramos pessoas que zombam de nós. A gente zomba a si mesmo. A igreja não tem intenção de ofender”, pontuou Whiteside, defendendo-se das críticas.
Entre os princípios básicos para fazer parte da “igreja”, os fiéis devem ser descrentes quanto à existência de Deus; envolvidos na luta contra a discriminação aos ateus; a favor de retirar privilégios a quem tem uma religião assumida; ser boa pessoa; e ser bem-humorado, aceitando brincar com todas as religiões e deixar brincar com a sua “descrença”.
Institucionalizada, a “Igreja Unida do Bacon” promove “batismos bacon”, “casamentos bacon” e “funerais bacon”, todos eles gratuitos aos “fiéis da carne”.
Os fundadores garantem que têm sugestões criativas para tornar “o seu casamento ainda mais mágico”, e para não dizer que se resumem às piadas sobre o “deus bacon”, dizem que são empenhados na “criação de um movimento cívico que exija o pedido de separação da igreja e do Estado”.
A laicidade do Estado nos Estados Unidos é uma realidade inegável, mas muitos formadores de opinião cristãos enxergam na “igreja do bacon” uma iniciativa que visa a quebra das tradições religiosas da sociedade norte-americana, como por exemplo, a presença de exemplares da Bíblia Sagrada nas escolas.