Jovens eram obrigados a vender livros em Juiz de Fora, Rio de Janeiro e São Paulo.
Eles estavam alojados em um galpão alugado, sem condições de higiene.
Uma igreja evangélica em Juiz de Fora (MG) é suspeita de explorar menores. Segundo o Conselho Tutelar, há cinco meses dois adolescentes e uma criança que viviam na igreja sob a responsabilidade de uma pastora eram obrigados a vender livros em Juiz de Fora (MG) e em cidades dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, em vez de estudar.
O lugar onde eles estavam alojados é um galpão alugado, sem infra-estrutura. No único quarto, muita sujeira, paredes mofadas e descascadas, roupas e sucatas espalhadas. Os conselheiros tutelares chegaram até a igreja através de denúncia da mãe dos dois adolescentes. Ela teria contado que o ex-marido havia deixado os menores no local.
A pastora foi ouvida, na quarta-feira (2), pelo delegado de plantão e indiciada por maus-tratos e exploração de menores. Além da pastora, uma dona-de-casa também foi detida acusada de ser cúmplice dos crimes e indiciada por falsidade ideológica. Ela disse que era avó do menino de sete anos, ele negou, e informou ser filho de um casal de pastores da mesma igreja. A criança informou ainda que a mãe atua no Rio de Janeiro e o pai em Belo horizonte. O menor não soube explicar por que está em Juiz de Fora.
Segundo o Conselho Tutelar, a mãe do menino de sete anos chegou na tarde desta quinta-feira no Rio de Janeiro. Ela prestou depoimento na Vara da Infância e Juventude. Fica a cargo da juíza e do promotor decidir se o menino vai ficar com a mãe ou se vai ser levado para um abrigo da Associação de Apoio Comunitário.
O pai dos dois adolescentes também foi ouvido pela Polícia Civil e indiciado por negligência. Os menores foram entregues à mãe.
Estatuto
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), “É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz.”
Fonte: G1