O Santander distribuiu um comunicado interno aos seus funcionários atacando os críticos da exposição “Queermuseu”, classificando-os como “intolerantes e deturpadores”. Por outro lado, instituições cristãs se posicionaram de forma incisiva, com repúdio, e uma igreja decidiu fechar a conta que mantinha no banco.
A exposição trazia peças de apologia à pedofilia, zoofilia, ideologia de gênero, orgia e, além disso, desrespeito à fé cristã, com pinturas e peças zombando de símbolos religiosos. O banco recuou diante das críticas, cancelando a mostra e prometendo devolver os recursos da Lei Rouanet usados na produção do evento, em torno de R$ 800 mil.
Entrentanto, nos bastidores, a postura do Santander em relação ao episódio foi de ataque ao pensamento conservador. Um comunicado aos funcionários, emitido pelo presidente do banco, Sérgio Rial, classificou as pessoas que se manifestaram contra o conteúdo e intenções demonstradas na exposição como “intolerantes e deturpadores de informação”.
A manifestação popular, segundo Rial, foi uma iniciativa de censura “como não se via desde a ditadura”. Rial afirmou que o Santander apoiou a exposição “porque acreditamos ser importante dar espaço a temas contemporâneos e questões atuais” e também porque “respeitamos de forma incondicional a comunidade LGBT”.
Boicote
A Igreja Batista do Bacacheri, de Curitiba (PR), anunciou em sua página no Facebook que decidiu retirar suas operações financeiras do Banco Santander como manifestação de reprovação às políticas da instituição na área da cultura.
“Comunicamos aos membros e participantes da Igreja Batista do Bacacheri que, devido aos últimos acontecimentos vinculados ao Banco Santander, Decidimos encerrar a nossa conta na instituição”, afirmou a nota publicada pela denominação.
O pastor Luiz Roberto Silvado, dirigente da Igreja Batista do Bacacheri, afirmou que a decisão de encerrar a conta foi “uma forma simples de expressarmos que desaprovamos os valores que a instituição está defendendo publicamente”, em entrevista ao portal Guia-me.
Outra instituição com laços cristãos a se manifestar publicamente foi a Universidade Presbiteriana Mackenzie, que publicou uma carta aberta a Sérgio Rial, afirmando que embora o Banco Santander seja um parceiro, não poderia deixar de expressar a reprovação à iniciativa de patrocinar uma exposição com tamanho desrespeito aos princípios da fé cristã.
“Considerando os princípios e valores que abraçamos, firmados em nossa identidade confessional cristã, não poderíamos silenciar nem deixar de expressar a nossa perplexidade com a notícia de que este prestigiado […] banco financiou e abriu ao público uma exposição que promoveu valores totalmente antagônicos àqueles que asseguram a preservação de uma sociedade honrada e ordeira”, dizia um trecho do comunicado.
José Inácio Ramos, diretor-presidente da universidade, acrescentou que a exposição “promoveu abertamente a pedofilia, zoofilia, prostituição infantil e outros tantos relacionamentos sexuaus que fogem aos mais básicos princípios de moralidade como modos normais de vida”.
“O Santander, sob a cobertura de uma ‘arte’ supostamente neutra, mostrou-se insensível à perturbação que essas correntes causam à instituição da família”, salientou Ramos, que deu um ultimato: “Em algum momento o Santander deve escolher qual a comunidade de clientes que o banco almeja alcançar e com a qual deseja se relacionar”, fazendo um alerta de que não será possível conciliar os interesses.
Confira os comunicados de todas as partes abaixo: