A necessidade de perder peso, seja por questões estéticas, seja por ordens médicas, é uma realidade de boa parte das pessoas no Brasil. Os fiéis de uma igreja evangélica em Mogi das Cruzes, Região Metropolitana de São Paulo, resolveram se unir em torno de uma necessidade em comum e usaram a fé como forma de inspiração.
O programa “A Mesa do Senhor”, criado pela educadora Carmem Lúcia de Lima Santos, propõe que o reforço à fé em Deus e a melhora da autoestima sejam resultados conseguidos juntamente com a perda do sobrepeso.
De acordo com informações do G1, Carmem afirma que boa parte do sobrepeso das pessoas está ligado com ansiedade, e a espiritualidade é uma forma de tratar isso: “Um dos pontos fundamentais é sabermos identificar a fome física da fome da alma. Se seu estômago não ronca e mesmo assim você sente um vazio e quer comer, isso mostra que há alguma insatisfação em você. Então em vez de ir em busca de comida você vai lá e lê um salmo”, sugere.
Com duração de 90 dias, o programa prevê uma revolução nos hábitos alimentares: um dia de metades (comer tudo pela metade), um dia dos líquidos (só é permitida a ingestão de líquidos durante todo o dia), dois dias normais (comer de tudo, só que em porções moderadas), e o dia do jejum.
Carmem dá palestras uma vez por semana, aberta ao público e gratuita, e diz que os interessados devem fazer “alianças” consigo mesmo, eliminando doces, refrigerantes, frituras e substituindo a farinha branca por produtos integrais: “Damos as folhinhas com o calendário alimentar e as alunas montam seu próprio cardápio. Não somos radicais. Elas têm que ter um programa de exercício físico, além dos estudos dos princípios bíblicos”, explica a educadora.
No entanto, o médico endocrinologista Luiz Antônio Ribeiro, formado na Universidade de Mogi das Cruzes e atuante na cidade, alerta que a dieta sugerida por Carmem envolve riscos: “Se você analisar do ponto de vista calórico é evidente que a pessoa irá emagrecer, pois em três dias da semana a ingestão calórica é muito baixa. Além do riscos de desmaios por hipoglicemia [queda da taxa de açúcar no sangue], essa conduta pode gerar falta de outros nutrientes essenciais à saúde. Depois de algum tempo, o organismo se adapta à essa rotina dietética e não mais emagrece, mantendo a pessoa com algum tipo de deficiência nutricional”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+